A resposta vaga
de questões imprecisas
imperfeitas figuras
de rebocos e paredes
de inteiras separações
na vaga sensação
que se apressa
e represa
o silêncio vago
de campos inocentados
na podridão e vastidão
em que questões menores
sobrepostas ao efêmero
traduzem o tardar
o avançar silencioso
em que se arrepende
no tardio verão
da inconsolável maneira
de se dizer vazio
espera o cantar do sino em dobradas
situações de outrora e de sempre
como vozes em alto-falantes
dizendo das promessas
em nuvens dissuadidas
de vazias horas permanentes
o passado responde a questão
não perguntada como o curioso
alertas seus olhos aos detalhes
do passar em vagas maneiras
de se dizer presente
o tenebroso instante em que o silêncio
se faz encanto
pouco antes
de se declarar culpado
em vazio significado
no orgulho acrescentado
ao estame com que se mortifica
em flores transplantadas
aos canteiros centrais
esvazia o olhar e turva as mãos
sobre o caído corpo
de quem conhece o destino
e não interfere em sua vontade
o repelente ser ancorado em mares
distribuídos entre continentes
vivenciados por espécies extintas
em epidemais
dos vazios trazidos
e para o nada reencaminhados
avalia o peso e o sentido
em situações limites
onde o corpo dói cada movimento
anterior ao próximo
e o vazio se traduz
novamente
novamente
novamente
o saber diluído em água e vinho
misturados em copos estanhados
do que não irá mais ver
ou alcançar: vazias cenas
de palhaços estáticos
no alisamento constante
dos amantes
saber que o acordar não responde
à pergunta não pronunciada
sabida à guisa de explicações
baratas e esvaziadas de sentidos
repostos em cada passo
ao ardor inicial
o vazio se faz tarde
em respostas vagas.
(Pedro Du Bois, POETA em OBRAS, Volume III)
VERSOS MENTIROSOS
Há um dia