Aceno no reconhecimento ao adeus
do pranto: ir embora no rompimento
amigável e hostil do ato de partida
aceno e evito olhar o passado
esqueço o travo e desconsidero a hora:
partir é mergulhar o horizonte ao fosco
cansaço do corpo presente
refaço trajetos em acenos
e revolto o corpo
(sonhos permanecem em paredes
onde insone passeio minha vontade)
não aguardo: ofereço a entrada
e desapareço na estrada. Pago a passagem
com o suor da espera e me reconforto ao trajeto
(lembro a imagem errante do espelho
e me pergunto se haverá outro reflexo)
ir embora na culpa por não ter ficado:
reflexiono sentimentos e me faço inteiro
na oportunidade do aspecto e no despropósito:
entrevejo a bruma e no escuro tempo
sou louco cego surdo mudo desalento
(trancado em anos esgano a vontade
e faço do pássaro o espaço vago
na utilização do corpo)
volto ao tempestuoso dos que ficam:
do andarilho o trajeto na cristalização da terra
os pés na escalada: cair e levantar
na necessidade alterada das dificuldades
(deixo as folhas ao veredicto: palavras
não suprem a necessidade de ver o mundo
com os meus olhos)
ergo o punho em vingança: sair
avantaja o ser aos que ficam.
(Pedro Du Bois, A NECESSÁRIA PARTIDA, Volume I, inédito)
Anledningen
Há uma semana
Amigo Pedro Du Bois
ResponderExcluirSentimos uma emoção em ler e sentir seus lindos versos. Quando os escreve, sabe que ao ler teremos a sensação da primeira vez, e é inédito...
Lindos, parabéns!
Um abraço e tudo de bom.
P.S.Onde encontramos seus livros?
Caríssimos Zilda e Antônio, tenho apenas um livro sendo comercializado, em Portugal, pela Corpos Editora. Nem eu tenho volumes disponíveis. Meus livros são - via de regra - feitos artesanalmente, ou seja, em casa, em tiragens mínimas, não comerciais. Mandem-me o endereço e remeterei. Abraços e grato pela companhia. Pedro.
ResponderExcluirSempre um prazer passar por aqui.
ResponderExcluirParabéns pelo blog e pela belíssima produção.
Obrigado de sempre pela generosidade e palavras, poeta! Brax!
ResponderExcluirCaríssimo Poeta,
ResponderExcluirInicialmente, grata por seu comentário em meu artigo (site Debates Culturais), sempre há o que aprender com o outro.
Passei aqui pra agradecer e li teus textos imediatamente.
O poeta tem sede de poesia, ler a poesia, comsumi-la verticalmente e eu, abado de me fartar.
Abraços em sua alma