sábado, 15 de agosto de 2009

NÍVEL

XXXI

Ter a sorte de estar presente
ao assunto, o tormento repetido
em lágrimas e a decomposição da carne
na assombração dos sentidos: a sorte
como mais valia entre as linhas
emaranhadas da conquista;
a sorte elementar do sossego;

ter a oportunidade de julgar
o caso em estridências e das partes
apartar sopros de indigência: a sorte
na plenitude do verbo acionado;

a sorte como companheira indizível
dos segredos; ter o condicionamento
abstraído ao racionalismo antagônico
das incertezas encaixadas ao desterro.

(Pedro Du Bois, em A CONFIGURAÇÃO DO ACASO, fragmento)

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