segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Modus vivendi

Barco, em:
http://amata.anaroque.com/arquivo/2015/08/barco

DISTANTE

universo incalculável
trazido em ondas de rádio
para que o distante se faça
perto em desconhecimento

inquietos aprendizes de mistérios
desvendados aos cegos: escuridão

nas estrelas percebemos
a extensão do caminho
na certeza da imensidão

o eco sintetiza
o nada desencontrado
                 em imagens compatibilizadas

distante
exangue corpo desfalecido
do profeta (calado)
antes da hora

(Pedro Du Bois, inédito)
   

sábado, 29 de agosto de 2015

PORQUE

no ciclo
reiniciado
em cada fração

telescópios buscam
lugares além da espera
instalados no seco
planalto
onde nuvens
rarefeitas
permitem a fuga
das imagens

a constância da resposta
atordoa profetas
e arautos aguardam

ciclos revigoram
crenças no impossível
encontro de revelações
                  e comédias

(Pedro Du Bois, inédito)



quinta-feira, 27 de agosto de 2015

CAMINHOS


Pé ante pé
sorrateiro
um pé adiante
do outro
seja soldado
penitente

na disposição do caminhante
sem destino: nada o guia
além das suas escolhas

escuros e entortados passos
de calos e unhas encravadas

escarpadas paragens
de águas recorrentes
refrescam pés dormentes

pé ante pé retira o corpo
e num pé após o outro
reinicia a jornada.

(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 25 de agosto de 2015

TriploV Blog

Onde e Quando, em:
https://triplovblog.wordpress.com/2015/08/25/poema-onde-e-quando/

Projeto Passo Fundo

Última, em:
http://www.projetopassofundo.com.br/principal.php?modulo=texto&con_codigo=53719&tipo=texto

REINICIAR

Ignora o respaldo deixado pelo texto
no acentuar a vida em sobressaltos
de acontecimentos fabricados
num piscar de olhos: a incerteza
avoluma preces e o desatino
se apresenta em jorro de vontade

mente o sorriso
apreendido em escuros
negócios referendados

arma o crime praticado
no desconhecimento
da tipificação: alegações
reacendem histórias

recorda sentidos gestos
de despedida: sua vida começa
no reinício demarcado em sonhos
de novas conquistas.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 23 de agosto de 2015

BASTANTE

o bastante
para saber
ser a hora
dificultada
pela espera

não há conversa
e idéias pálidas
de reencontros

a insatisfação
pelo desencontro
na surda interpretação
que avassala o contexto
não amadurecido

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Vidráguas

Luz, em:
http://www.vidraguas.com.br/pedro-du-bois-luz/

meiotom poesia&prosa

Escrever, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo15escreve.htm

DISCURSOS

impele o tempo passado

(recordações explodem
 lágrimas e do choro
 retira o movimento
 com que a boca
 retoma o tema)

ao recontar
a conta do esquecimento
           lembra
       relembra
       reapresenta a história

falha na entrecortada fala
em que despeja a torrente
vida acumulada em anos
              de ressentimentos

(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Projeto Passo Fundo

Escrever, em:
http://www.projetopassofundo.com.br/principal.php?modulo=texto&con_codigo=53654&tipo=texto

INTERESSE

sejam interessantes
as palavras que digo
porventura
calado por natureza
abdico fazer do verbo
esteio
    e estribo da ação
aproveitada
no ensejo conciliador
do vocábulo
no longo trajeto
obstruído em projetos
de acolhidos silêncios
em redentores espaços
ao cessarem olhares
porventura depositados
sobre olhos atordoados
de rosas mortas
em festas inacabadas

(Pedro Du Bois, inédito)


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

APÓS

Na extinção dos dinossauros
algo iluminou a noite
em milhões de brilhos
e rastros de fumaça

não houve quem das nuvens
tirasse ilações e lesse o futuro

a escuridão destruiu a fauna maior
e na noite restou animais menores
adaptáveis ao renascer da luz
quando se fez tarde

na tarde após os dinossauros
restamos com baratas e crocodilos
e a flora decomposta em flores.

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 15 de agosto de 2015

Libros y Letras Cultural de Colômbia y América Latina

Cuerpo y luz, em:
http://www.librosyletras.com/2015/08/cuerpo-y-luz.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+LibrosYLetras+%28Libros+y+Letras%29

RANGER

O ranger da cadeira sob o peso
do corpo entregue ao peso prisão
no peso transposto em preces
de montanhas e esperas
pelo peso redigido no texto
apagado ao escutar o canto idôneo
do pássaro de barro

o ranger da cadeira no movimento
com que busco a posição confortável

o peso desconsiderado do remorso
no ato impraticável da permissão
paterna na conclusão ilusória
dos fantasmas além do sonho
no peso desfigurado futuro
entreaberto através da porta.

no ranger da cadeira descubro o som
imaginário (que não houve) e o silêncio
adotado como regra após certa idade.

(Pedro Du Bois, inédito)

Leonardo Sodré

Corpo e Luz, em:
http://www.leonardosodre.com/2015/08/corpo-e-luz.html

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

meiotom poesia&prosa

Corpo e Luz, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo15corpo.htm

QUEBRAS

não monte quebra-
                 cabeças

desmonte e livre
o animal saltitado
em suas peças

aguarde o retorno
na pedra tornada
ao quebra-
     cabeças

montado no animal
arisco da contenda:
                quebra-
                cabeças

(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 11 de agosto de 2015

domingo, 9 de agosto de 2015

ORDEM

ordeno
padronizo
crio liames
e me deixo conduzir
ao cadafalso no cumprimento
                            da sentença

em ordem
de padrões absolutos
nas repetições ligeiras
afirmo
rogo
estabeleço
       o dolo

no ordenamento artificial
das tarefas graduo
necessidades em desejos
onde me aposso da ética
transformada em fases
de luzes desnecessárias.

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

meiotom poesia&prosa

Luz, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo15luz.htm

DA LIBERDADE

A lenta agonia
ressoa
o rosto nervoso
em pedra transformado:
                o vazio da derrota
                não confortada
                em palavras de afeto

desafeição em notas harmônicas
de um violão qualquer
além do ressoar das cordas

tragédia sobreposta
nas pessoas que - como eu -
sonham ousar a gravidade
do esforço: concentrar
o objetivo em único
gesto de adeus.

(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

FECHADO

atrás da porta
reduz a exposição
entre paredes
                   nuas

o espelho (coberto) embaça
                            embaraça o corpo

                atrás da vidraça a cortina
                                           descortina a vista

o espelho d'alma reflete
fatos trancados

           o ferrolho impede quedas
           inconsequentes de tormentas

retirado o pano
do encoberto espelho

(Pedro Du Bois, inédito)
                           

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

meiotom poesia&prosa

Púrpuro, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo15purpuro.htm

Leonardo Sodré

Luz, em:
http://www.leonardosodre.com/2015/08/luz.html

SOBRE CRIANÇAS

somos remanescentes
           renascentistas diásporas
            estendidas em barcos
            através de estreitas
letras balbuciadas sobre pinturas
em cavernas concretadas

vida renascida em cirurgias
de peças descartáveis

cenas não repetidas no entreato
          positivado na angústia desacreditada

somos renascentistas
           remanescentes obras recém destruídas
           em mitos desconsiderados antes
            enxergássemos planetas e galáxias
           
os movimentos da terra descompensassem
em sonhos a possibilidade de irmos embora

somos remanescentes
           corpos dourados sobre areias
           tendo ao longe notícias do holocausto

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 1 de agosto de 2015

Revista Cerrado Cultural

Púrpuro, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2015/08/purpuro.html

Lados, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2015/08/purpuro.html

Silêncio, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2015/08/silencio.html

PORTA-ESTANDARTE

Recuso a mão da ajuda
                       sozinho
                       empunho o mastro
com a bandeira içada
ao vento correlato
               das batalhas

                é minha função
                apresentar à liça
                o destaque pátrio

convivo na ideia e por ela abandono
o leito
   o seio
      a mulher que me é dada
      em pagamento na promessa

orgulho ostentado ao desfraldar
o pano ante o inimigo

    (a casa íntegra estrutura a porta
     que impede a saída em desatino)

retenho a mão que ajuda no cotejo
e desejo a força (encorajadora)
             da sentença.

(Pedro Du Bois, inédito)