Fomos os filhos
não pródigos
nem sectários
duráveis e compreensivos
não como filhos
mas como pais que fomos
nossas casas permanecem
aonde vamos
nossas casas nos acompanham
onde ficamos
somos filhos
inocentados dos crimes
originalmente cometidos
não carregamos pecados
nem escutamos sermões
permanecemos no cadafalso:
curvadas, nossas costas nos acompanham
no martírio da passagem.
(Pedro Du Bois, em A CASA EM PROCURAS)
Anledningen
Há uma semana
Belo poema, Pedro, parabéns! Tem afinidade com outro do Tolentino, com o qual abro minha última crônica postada:
ResponderExcluirCarregamos conosco, cada qual a seu modo
uma paisagem harmonizada, uma cidade
que existe e não existe, como a realidade...
Beijo
Coinstruímos nossas casas para dar alguma permanência, algum sentido. E percebemos que a passagem é o único martírio exclusivo e particular a cada um. Bela feição tem essa sua poesia. Abraços.
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