segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

TESOURO


Translúcida água
recolhida em vasilha

tesouro guardado

vida recomeçada
no que a água
resplandece

tesouro escorrido

vidas resguardadas
em cristalizados copos
de cobiça

tesouro congelado

água no significado vago
do início e trabalhos
sucedidos.

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 28 de dezembro de 2013

MONTANHAS


  Traz o sorriso
em olhos brilhantes

a música rápida e alta

montanhas aparentes
no presente
em que se apresentam
músicos

sorrisos de entrevistas vidas
além dos poucos rostos
que admiram a vista

montanhas e gritos
nos ecos de tempos
em planícies.

(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

CONVERSAS


Não a conversa dos vizinhos
pelas janelas
abertas
nos assuntos
de todos os dias

a conversa ampliada
em gestos e sorrisos
na mímica
  e música

não a descoberta da vontade
em palavras imaginadas
nos mistérios
e desvendadas
em conversas
de vizinhos
no que acontece
diariamente.

(Pedro Du Bois, inédito)

Estudo Geral

Ultrapassagem, Vírus e Paixão,em:
http://luis-eg.blogspot.com.br/2013/12/poemas-de-pedro-du-bois.html

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

GRITO


No lado de fora
o grito
vindo de dentro
rompe o corpo
em cascas uniformes

retilíneo grito
explode
e de fora
se faz ouvir

não param os passantes
aceleram passos farsantes
no medo da contaminação

choro
lágrima
dó e pena

no lado de dentro
exposto grito
em silêncio.

(Pedro Du Bois, inédito)


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

SONHOS


Por que não escrevo sobre sonhos
sofro tormentosos instantes
em que a cena desnuda desenredos
de náufragos sentimentos
na busca de longos desencontros

ávidas águas serpenteiam pecados
não acontecidos na comunhão do corpo
                           no esgarçar dos tecidos
                           no semi-brilho das alturas
                           e no não chegar
 
sou sombra sobra sobrado encantado
da esquina no caminhar retilíneo pela calçada

descoradas paredes liberam o corpo
de meu futuro passado e presente
momento na mumificação do corpo
em sorrisos e esgares

movimento protelatórios
em que o acordar se manifesta
                                     e cessa.
 
(Pedro Du Bois, inédito)

 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

OUTONO


A bailarina
para o passo
estanca o corpo
                 diáfano
esconde o sorriso
               radiante

estar ali por instantes

               triste
     bailarina
  parada

sua a dor da descoberta
sua a intenção revelada
sua a vontade primeira

 descalça as sapatilhas
                           e as joga fora
sem cumprimentar ninguém
                                  vai embora.

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 14 de dezembro de 2013

Ares e Mares

Vírus, em:
http://www.aresemares.com/index.php/materias-especiais/virus-de-pedro-du-bois/

DESCONHECER

Do que não conheço:
             a distância rítmica com que as lembranças
             se iludem em imagens e fotografias
             de altos prédios de faz de conta e o transatlântico
    dobra outro cabo
                        há desesperança em seu apito
                  frêmito e fremido em espadas divinas
          arestas mal aparadas
          e eu aqui
                    parado confesso e conto
não os reconheço vizinhos e parentes
sei que suas faces obscurecem e branqueiam
enquanto atrás das vidraças quando passo
no trajeto com o livro embaixo do braço
                           no banco da praça leio
                     as palavras que por lá brincam e conversam

desconheço:
            ordens e comandos
                                pois avesso ao começo
                        em viagens enjoo a chegada
                        não carrego malas
                                                 e chapéus
                                                        nem bengalas
                                                 (apenas) levo o que livro.

(Pedro Du Bois, inédito)  

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

VIAGEM

Espaço
         tempo
espaçonave

      aqui
     e lá
agora

o corpo com que viaja
traz a imagem
                  do lado de fora

escuro
tempo
a nave

silêncio
dentro e fora
                estática.

(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

HORAS

São horas tantas
passadas
nas músicas repetidas
aos gritos
no bar da esquina

no barulho irritante
dos móveis arrastados
no andar de cima

são tantas horas
insones
a olhar você
dormindo
com as mãos espalmadas
em abrigo
do rosto descansado
de quem sonha

horas tantas são
esperadas
como se o milagre
pudesse as multiplicar
no meu tanto faz.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 8 de dezembro de 2013

VIDA

Statumen
envolto em branco
somos grande pedra

Ruderatio
calcário rejuntado
no negro betume

Nuccleus
na acomodação da horizontalidade

Summa Crusta
saibros e pedras batidas
alisam o caminho.

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

MISTÉRIO

Sobre o mistério de eu ter vindo
no longo serpentear do caminho
ignaro e ignoto homem
                         eu sozinho
refeito em paisagens borradas
pelos olhos anteriores
                         eu distraído
esquecido de ser paragem
no horizonte

            nas tênues - poucas -
luzes
     eu trazido
em oferenda e oferta de carinhos
ensimesmado nos castigos
                              eu parido
em primavera longínqua e esquecida
de uma casa sob a rua
                               eu surgido
no minuto terço
                      eu nascido

não explicam as razões
                                  eu estando
nem dizem que o amor esconde
 o canto
em cantigas antigas
                            eu espanto
                     esperta criança
                                          eu corrido
que aguarda nas noites
                                 eu sofrido
a explicação do mistério e a finalidade
de ter vindo
  e ter estado
                 eu aqui.

(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

APENAS


Você
      pode alcançar
      o inatingível
      mas não quer correr riscos
                         e não sabe gerenciar o tormento
                    ou se alegrar com pequenos gestos

 apática
          aguarda a sua hora   
fosse o estopim e a corda
          ao redor do pescoço
 ou a espoleta sob a pedra

a espera desglorifica o sentido
e a consciência cede ao impulso
                           em quase nada.
 
(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Athos - Lúcia Freire

Fronteiras, em:
http://athos-luciafreire.blogspot.com.br/2013/11/fronteiras.html

TERRAS


A terra entre mãos desperta
a forma e a fome. Sintetiza
e reserva o espaço ao vazio.

Escorre a terra na conquista
           e reconhece na placa
            o nome antepassado.

A terra sobre o corpo em mortalha
na batalha vencida pelo cansaço
e desistência na indolência
do corpo
          superficial
                     da entrega.

A terra morta é abandono
em ávidas carícias.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 24 de novembro de 2013

FEITOS


Feito aço: a lâmina assusta
o corpo indefeso.

O olhar perdido em divagação
ao remoer o espaço

zune a lâmina atravessada
na distância do corpo trespassado.

Feito espaço: o aço é remetida
                       vida em cansaço.

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

PREFERIR


A preferência se apresenta
                          na alteração das cores
                                                 e traços:

 destroços do navio
casco submerso
boias
e botes
 
             mulheres
                 crianças
                      e ratos.
 
(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

DESENREDO


                    Chovo
                    o tempo
                    dedicado
                    à seca.

Seco a hora enredada. 

Falam em catástrofes: finalizo
                                     o inexistente.

Na esterilidade do planeta
aposto verdes plantas
e azuis marítimos: dói 

              a água derramada sobre o solo
castigado em vazios. O relógio desperta
o sono irreparável da espécie.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 17 de novembro de 2013

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

MOVIMENTOS


a textura do linho
amassado no uso
em voltas
volteios
e faz de conta
 
 
o algodão trabalhado
na textura
e cor
       do branco horizonte
       sobre a seca terra
       vista ao longe
 
 
a roupa engomada
que veste
e sai

o homem e sua roupa
no (mesmo) movimento.
 
(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ares e Mares

Chá, em:
http://www.aresemares.com/index.php/materias-especiais/cha-poema-de-pedro-du-bois/

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

TRABALHOS


As razões das formigas em caminhos

de trabalho multiplicados em seres

mesquinhos de desamores e fantasias

 

o necessário das tristezas e rugas

          precoces sobre os rostos

deformados do passado

 

após e antes a realidade seca

possíveis lágrimas e desalinha

as roupas na faina diária

 

         formigas desavisadas

em atrasos

         são pisoteadas e mortas

 

não há maldade em quem as pisa

apenas raiva no langor

                  de se saber

                  poder de vida e morte.
 
(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 12 de novembro de 2013

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

ESPERA


Pena esperar
tanto tempo
a condução
que não chega

na permanente disposição
do futuro
e do fato
consumado

ficar nessa vida
curta de emoções e sentimentos

logo você
curioso
de viagens
e amores.

(Pedro Du Bois, inédito)

Meio tom

Janela Aberta, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo13janela.htm

Literatura sem fronteiras

A Criação dos Filhos, em:
http://literaturasemfronteiras.blogspot.com.br/2013/11/a-criacao-dos-filhos-pedro-du-bois.html

Leonardo Sodré

Chá, em:
http://www.leonardosodre.com/2013/11/cha.html

sábado, 9 de novembro de 2013

LUZES

cego, no escuro suspira
as horas claras das lembranças
onde forjou a vida de agora
no eterno anoitecer
e céus nublados

suas luzes interiores
clareiam o caminho
até a porta
a saída
a rua
o que conforta

tem a bengala e o sentido
o cão de companhia
e o alarido
dos pés pela calçada

o repetir da imagem
permanece no olhar
e na paisagem.

(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

CALORES

água sob os pés
fria
   quente Sol
   sobre a cabeça
             exposta
             memória
             em lembranças

explica em versos
começos
  inícios
  meios
  e fins de histórias
em que predominam
                         amores

pés entre águas
frias
   o Sol esquenta
             a cabeça

abaixa a mão
            recolhe a água
e a escorre sobre o corpo.

(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

PROMESSAS

A voz ressoa cantos
dos discursos pronunciados
entre a realidade e os sonhos

promessas

o significado estendido
ao passante que o leva
para outras passagens

rasga o envelope
                  e lê o texto:
         o convite entre linhas
em branco fica a cobrança
do tempo passado

promessas

a voz cala o significado antigo
das conversas enquanto jovens
na permissão de sonhar palavras

joga fora o papel: ecos abalroam
a vida conseguida.

(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Athos - Lúcia Freire

Testemunho, em:
http://athos-luciafreire.blogspot.com.br/2013/10/testemunho.html

LÍQUIDO

Sorvido o líquido
resta o copo
vazio
e seco

como restamos
como restam
como secos e vazios
estamos
no final
e no início

quando e onde
nos desencontramos
e o líquido escorre
em nossos olhos
como lágrimas.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 27 de outubro de 2013

EFÍGIE

o sentido
       do corpo perdido
no olhar em frente
fosse batalha

a corredeira que vira os barcos
 com passageiros em espasmos
 de gozo e medo

o direito
       de não ir embora

beber a água no sustento
que a terra não eterniza

sentido corpo
(escopo)
       na batida do martelo

     ossos cravejados
     de articulações
     em que a proposta
                             (tensa)
                             é dorso
da amarga efígie
em que se aconselham.

(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

TORMENTO

Ávido tormento
na hora perdida
entre notas

chapéu oferecido
na coleta com que sobrevive
o mendigo que pede auxílio
e ajuda em moedas

a tormenta castiga
a verdade exposta
em cada poça d'água
apodrecida em detritos

chapéu abanado
em despedida estéril
de amores que retornam
em invernos.

(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

CONVIVER

O tratado diz ser impossível
remediar espaços desacompanhados
em olhos quase cerrados em lentes
de primeiros graus ou mais
ao menos faz completa
a nota inconclusa no repensar
os danos imateriais trocados
pela fé em crenças e pesadelos
de antes e depois no acordar
os seres que o assinam em risos

esses
    sim

reconhecíveis em autenticações
de ressalvas e ressabiados ofícios
na oficialidade bilateral.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 20 de outubro de 2013

Ares e Mares

Faca, em:
http://www.aresemares.com/index.php/materias-especiais/faca-de-pedro-du-bois/

CHAVES

Chaves abrem portas
dispostas em arcos de armários
e estantes habituados
a guardar vidas e recados

pecados escondidos em bilhetes
a fotografia na demonstrada imagem
o calor do corpo no contato

chaves desdobram fechaduras
passadas em irreconhecíveis espelhos

recatos guardados em essência
infância resguardada ante a infâmia
orvalho ressacado sobre a grama

chaves têm a função funesta
do exercício da crítica
                       e da verdade.

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Letras et cetera

Prolongar, em:
http://nanquin.blogspot.com.br/2013/10/prolongar.html

Vale em Versos

Assassino, em:
 http://valeemversos.blogspot.com.br/2013/10/assassino.html

PRESA

A serpente
          sobre a pedra
          olha o espaço
                  entre presas

a presa escapa
tal semente sob a terra
que escarpa o morro

a serpente sabe no começo
                           o caminho
              aberto: em frente
desponta o vértice
do cálculo

                 azíago gesto
em que o tresloucado ser
se encontra: passado entre pedras
sente o calor iluminando o sangue
                                 que congela

a pedra aprisionada (estátua)
em medos recebe o torque
                             no torpe
encontro em que gesticula a morte.

(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Meio tom

Seres, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo13seres.htm

Projeto Passo Fundo

Faca, em:
http://www.projetopassofundo.com.br/principal.php?modulo=texto&con_codigo=47110&tipo=texto&cat_codigo=18

TUDA - papel eletrônico

Você, em:
http://tuda-papeleletronico.blogspot.com.br/2013/10/poesia-pedro-du-bois.html

SONHOS

Apenas os sonhos
             maiores que a realidade
             na janela encortinada
             pelo barulho da água
                     de ermo passado

rua estreita em calçadas empedradas
de músicas ruins em cidades mudas
nas rarefeitas imagens escolhidas

esperas e espinhais
tramas e urdiduras
tremas e circunflexos

                    a repetição da música
                    em mesmos cantos

não os sonhos diante do agora
apropriado em redondilhas
                  e o que mais fizer
                            em imitações

(destina o óbolo à mão
 que acena ao barqueiro
 e tem o transporte).

(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Modus vivendi

Faca, em:
http://amata.anaroque.com/arquivo/2013/10/faca

FORJAR

Bato o ferro
               (quente)
enformo
 informo
     o elemento

a forma
e a têmpera
desejada

     a forja
     o fole

o cheiro
       e o calor
       com que
                 (ferreiro)
sei do começo

a lâmina afiada
o fio da lâmina
a fiação que sustenta
                     a guarda.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 13 de outubro de 2013

CARTÕES

Onde estão os cartões
                         antigos
de estampadas cidades
transformadas em selos
apreciados por colecionadores

letras em dedicatórias
viagens
         para lugares inalcançáveis
         histórias e notícias
                        amarelecidas

lembranças recuperadas
em tesouros inatingíveis

a certeza de que o tempo
nos envelhece em vida.

(Pedro Du Bois, inédito)

Leonardo Sodré

Seres, em:
http://www.leonardosodre.com/2013/10/seres.html

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

terça-feira, 8 de outubro de 2013

ÚTEIS

Enquanto útil
               fútil tarefa

o trabalho dignifica
espíritos embuídos
dos melhores propósitos
e os pais se fazem em festas
de final de ano

fútil tarefa no desconhecimento
de sermos criados no melhor dos mundos
transmudados em pesadelos não psicodélicos

a última canção daqueles anos
                                    de tolos
                                    sentidos.

(Pedro Du Bois, inédito)

Almanaque do Vale - Jornal de Santa Catarina

Você, em:
http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,183,4293493,22911

domingo, 6 de outubro de 2013

Leonardo Sodré

Você, em:
http://www.leonardosodre.com/2013/10/voce.html

CONSOLO E RAIVA

Tem em mim o consolo
e a raiva por perder seu tempo
em calmarias.

Quer o barulho no movimento
dos moinhos ante a tempestade.
O galo de prata rodopiando
no cinza escuro do horizonte.
A batida do sino em palavras
de quem quer ir embora.

Nos dias cinzentos de inverno
na sempiterna maneira de espiar
e entender o tempo
que não passa pela janela
em que o vidro permite a vista.

A visão atrapalha o consolo na raiva
do que identifica como seu e são meus
os retratos nas paredes de portas cerradas.

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

VOCÊ

Rasgo a página não inscrita que da perda
não ficará registros
                   do passado lavado
em passos imundos
                 de soberbos ataques
na chuva miúda
                 intermitente
                 sobre guarda-chuvas
abertos em proteção
                 e escudo: raios e trovões
não acontecidos na sequência
                                   do desencontro

sim
você estava ali
         seu perfume permanece
sobre o cheiro dos temperos e alguém cita
seu nome
             e me volto em incertezas

página rasgada do que não escrevi no dia
que seria da chegada e não houve o tempo
seco das histórias de memórias difundidas
              lendas sacramentadas em perdões e profecias

a chuva miúda aos poucos alaga a rua
em descaminhos
            como os fins e os meios
repetidos em sangue não doado

sim
você esteve lá
         seu perfume oferta
temperados pratos
insossos para sempre.

(Pedro Du Bois, inédito)