sexta-feira, 30 de junho de 2017

PERMISSÕES

Permitida a severa censura
em prévia autorização
pela hora de chegar
e ir embora

são permitidas estreitas
margens no caminho
com restritas faixas
de insegurança

permitem que possamos
descobrir os limites
entender os limites
        em limitações.

(Pedro Du Bois, inédito)



quinta-feira, 29 de junho de 2017

Sobre o Amor

Coluna de Sueli Gehlen Frosi, no Jornal Diário da Manhã,
Passo Fundo, RS, em 17.06.2017, tendo por motivo o meu
livro "Tânia":

http://www.diariodamanha.com/blog/vermateria/1815/Sobre+o+amor%21

COLEÇÃO DE PALAVRAS

Jornal O Nacional, Passo Fundo, RS


Coleção de palavras

23/06/2017 às 08:00, por Gilberto Cunha

Coleção de Palavras, eis um título irretocável e
“aparentemente adequado” para um livro de poemas.
Friso o “aparentemente adequado” e faço um convite
à reflexão: seria COLEÇÃO DE PALAVRAS uma boa
definição de poema? Não, indubitavelmente não!
Ainda assim, esse título do novo livro de Pedro
Du Bois, em minha opinião, continua merecedor
do epiteto irretocável e adequado. Por quê? Tentar
responder a essa indagação é a intenção do colunista,
que , por especial deferência do autor, foi agraciado
com o convite  para assinar o prefácio dessa obra.
Oxalá isso aconteça!
Um verdadeiro poema não é uma mera coleção
de palavras, embora as palavras sejam a matéria-prima
que os POETAS usam para tecer versos. As palavras são
apenas símbolos. Nada mais que símbolos, não raros
mortos, quando isoladas ou, em certos casos, até mesmo
incrustadas em versos bem rimados. A revelação da poesia
oculta nas palavras usadas em versos é o trabalho que
compete ao POETA.
O POETA não é um colecionador de palavras. Talvez essa
seja uma boa definição para um dicionarista. O POETA,
antes de tudo, é um colecionador de emoções. O verdadeiro
POETA consegue expressar de formar singular e cabal,
ao tocar na emotividade do leitor, aquilo que muito tentaram
por outros meios, inclusive
usando palavras, mas não conseguiram. As emoções estão
escondidas nas palavras. E o dever do POETA é encontrá-las 
e deixá-las a descoberto, disponíveis aos olhos do leitor.
Quando isso acontece, a verdadeira poesia é produzida e não
apenas mais um poema. Ninguém consegue ser POETA o tempo
 todo e nem todos os versos que produz virarão necessariamente
poesia. Até porque isso não depende apenas do POETA, por mais
hábil que ele seja. Para cada poema produzido, é travada uma
espécie de diálogo intimo entre o POETA e o LEITOR, cujos versos
ganham sentido não pelo significado das palavras, mas pela
imaginação e pelas emoções que suscitam. Assim, para alguns
leitores um poema pode não passar de uma coleção de palavras
e para outros ganhar o status de coleção de emoções.
Pedro Du Bois é um singular versejador e POETA profícuo,
como bem atesta a sua vasta produção literária. É um menestrel
do verso livre. E nesse novo livro, COLEÇÃO DE PALAVRAS, ele
mantem a tradição de produzir boa poesia, ao transformar,
majoritariamente, uma coleção de palavras (poemas) em uma
coleção de emoções (poesia). Com isso, justifica que, se a
um prosador ficcionista basta ter fidelidade com a imaginação,
ao POETA cabe ser fiel com a emoção. E Pedro Du Bois, em
COLEÇÃO DE PALAVRAS, não ignora e nem deixa de lado essa
obrigação do POETA. Pelo contrário, leva-a a sério ao extremo.
Por último, cumpre a esse colunista o dever de honestidade
com os futuros leitores: há poemas (coleção de palavras) e
muita poesia (coleção e emoções) nesse livro, como, aliás, frise-se
isso, sói acontecer em todo livro de poemas. Cada leitor, assim
como eu fui, será tocado de forma diferente na sua emotividade
pelos versos de Pedro Du Bois. Eu, entre tantos, à guisa de exemplo 
apenas, destaco como os meus versos preferidos os do poema
ERRO:  “Recebo a encomenda não solicitada: abro a embalagem 
e surpreso encontro o objeto sonhado/ Comunico a não devolução 
do fato e a sua apropriação indébita: sou indevido proprietário.” 
Que cada leitor pegue o seu significado para esses versos,
que certamente será diferente do meu. E isso é poesia! Isso
é emoção! Que você, prezado leitor, encontre mais emoções
do que palavras, nessa coleção de poemas de Pedro Du Bois.
É o meu desejo!
E como bem frisou Pedro Du Bois, justificando a publicação
do livro: “poucas oportunidades tem o poeta para expor
seus versos”. Razão pela qual, antecipam-se agradecimentos.
O livro foi publicado com a chancela do Projeto Passo Fundo
 de Apoio à Cultura (http://www.projetopassofundo.com.br/) e
pode ser adquirido na Delta Livraria e Papelaria, em Passo Fundo.


terça-feira, 13 de junho de 2017

O QUE NÃO PENSARAM

Quando os povos nômades
entenderam o cultivo da terra
e se adonaram das cavernas
tiveram cães por companheiros
                  para afastar as feras

não tiveram clarividência
para evitar (in)certos exageros
                  no viver sedentário

               águas frias
               noites frias
               estações frias

               muito mormaço.

(Pedro Du Bois, inédito)


domingo, 11 de junho de 2017

ANUNCIAR

Arauto
em chegada estelar
de última lembrança

quem de nós merece
o contato?

arauto
em intergalática viagem
de últimas lembranças

quem de nós esquece
o contato?

arautos
transitam estrelas
em silêncio.

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Leonardo Sodré Blog - em homenagem

Corpos, em:
http://leonardosodre.blogspot.com.br/2017/06/corpos.html

ÚLTIMO GOLE

Tantos interesses sustentam 
cada amizade

podem as amizades sustentar
os interesses

- mesa dos fundos
  copo pela metade
  de bebida quente -

tantas amizades sobrevivem
aos interesses

podem os interesses 
desabrochar em amizades

- último gole
   garrafa vazia.

(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 7 de junho de 2017

CABEÇAS

Quando a pressão aumenta
em nossas cabeças
fazemos o que não devíamos

quando a expressão explode
nossas cabeças
temos o que não devíamos

quando a tempestade passa
sobre nossas cabeças
esperamos voltar a viver

(tarde demais)

pressões deixam marcas indeléveis
e nossas cabeças não são as mesmas.

(Pedro Du Bois, inédito)

segunda-feira, 5 de junho de 2017

PESSOAS

Milhares de pessoas
milhões de pessoas
bilhões de pessoas

quando chegamos éramos poucos

muitos
tentamos o início
na fusão do átomo

poucos sobreviventes
            milhares
               milhões
                 bilhões morrerão
    em despreocupado futuro.

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 3 de junho de 2017

Leonardo Sodré Blog

Concreto, em:
http://leonardosodre.blogspot.com.br/2017/06/concreto.html

PARALELAS

Outra vida a ser consumida
em paralela linha enigmática
oferecida como oportunidade

na diagonal a aventura se apresenta
em curva aberta para a larga reta
da nova visão de vida

esqueço o buraco da agulha
no tormento de todos os dias
pelo espaço onde flui a vida

outra vívida oportunidade
na esperança de luzes
que anunciam o inverno
sem mais paralelas.

(Pedro Du Bois, inédito)

TriploV Blog

Corpos / Bodies, em:
https://triplovblog.wordpress.com/2017/06/02/poema-32/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+wordpress%2FYcoP+%28TriploV+Blog%29