sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Ares e Mares

5 poemas, em:
http://www.aresemares.com/index.php/materias-especiais/5-poemas-ultrapassagem-vidracas-provincias-nascer-capaz-de-pedro-du-bois/

CORPO

Olhos
ouvidos
corpo e alma
memória

na oxidação do corpo
a inutilidade dos membros
atrofiados em tarefas

atração
paixão
amor
   indiferentes maneiras
   de desconhecimento

o convencimento despreza
avisos incorpóreos

olhos fechados
ao começo.

(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

CONTATO

antenas
      ouvidos atentos rastreiam
      universos no conhecido
      espaço de quase nada

procuram seres
               que se comuniquem
                                  conosco

estamos aqui
e queremos entender vocês

não há resposta
           além das ondas
           regulares de rádio

estática
na pulsação das estrelas
e nas estradas estelares

a preocupação do humano egoísmo
preso em considerações terrenas
no esquecer o principal: sermos
merecedores da resposta
                e do contato

(Pedro Du Bois, inédito)

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

El Rincón de Ana Lucía

10 poemas, em:
http://losescritosdeanalucia.blogspot.com.br/2014/01/1.html

FERRO

 homens
       usam suas forças
                        habilidades
malham o ferro
cortam o ferro
fazem com o ferro armações
do esqueleto posto em pé
entre tábuas e pregos

concretada sustentação

                      o prédio
                   o vento e a luz
                o sombreamento

o ferro estaqueado pelo homem
introduz futuras paisagens
fosse nova a área oferecida
pela tragédia descortinada

vista e cansaço na prisão
                        reconfortante dos anos

homens trabalham rápido
com suas máquinas de cortar o ferro
                                   entortar o ferro
                                   dar forma à disforme
            montanha de onde o ferro é retirado.

(Pedro Du Bois, inédito)

     

Meio Tom

Nascer, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo14nascer.htm

sábado, 25 de janeiro de 2014

ANO NOVO

Fosse o bem-vindo ano da fartura
dos deuses acomodados em abóbadas
silenciosas e calmas. Tempos de calmaria
e sossego sem doenças e telúricos cantos
dos que sofrem os momentos

o vento forçando a janela
a vidraça impedindo a vista: olhos
descansados do trabalho. O início
no recomeço da solidez repetida
dos sapatos sobre o piso. O ano
esperado nas bodas entre o bem
e o sacrifício exigido na ressurreição
das ideias atordoadas em estrondos

fosse chegado o tempo do reencontro
na descontinuada forma de não irmos
                                               embora.

(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

VERÃO

É verão
dizem todos
que o calor é tão forte
no sol que se apresenta
que só à água
prestamos obediência

é verão
respondemos todos
e no ganido do cão
sabemos o quanto
o calor nos castiga
e o tanto que a água
muda a nossa sina

é verão
sabemos todos
e nossas raivas são guardadas
para o tempo frio
das nossas vidas.

(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

TriploV Blog

Nascer, em:
http://blogtriplov1.wordpress.com/2014/01/21/poema-4/

TRADUZIR-ME

a tradução no ouvido atento
dos gestos e das falas
                      cala a palavra
mal dita
       - seja a minha -

outra a sequência
em que as mãos revelam a tese
da solidão sofrida

     não esqueço a leitura
                           amena
das flores em açucenas
          o olhar moreno dos fogos
e das pedras o estilhaço
sobre a vidraça

          repito a noite
de prazeres na linguagem
que acalma o palavrão nas lutas
em dias de raivas
              e amores

traduzido no espírito de conta-gotas
nas frias manhãs de calendários
incompreendidos - sem o tempo
                                    permaneço
na plenitude da palavra significante
das horas cheias em que alego
a confidência e me sufoco.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 19 de janeiro de 2014

ETERNO

O corpo desaparece
na imaterialidade
conhecida no todo

tolo espírito
não freado
na saudade
do diariamente
consumido

sem o corpo
          - posto abaixo -
na lembrança e impossibilidade
do futuro: não há futuro
                na eternidade.

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 18 de janeiro de 2014

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

VIDAS

Descendente da geração
perdida em experimentos
de foscas luzes
                prisões primeiras
em esgarçados tecidos libertários
de ouvidos atentos aos chamados
na concretização dos gritos
de descoberta: a igualdade
se faz ao largo
e águas cobrem a face
no naufrágio provocado
em defesa. O rito permanece
no toque sutil do locutor
esportivo: jogo apresentado
ao transeunte distraído
em regras que resgatam o barco
na liberdade tardia e inconsequente
do preço cobrado na passagem.

(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

POETA

Pior
o não encontrado nos arquivos públicos
desaparecidos em operações gritantes
de ilegalidade na raiva incontida
no arremesso das ideias ao jorro das horas
em que a matéria - tolhida palavra - volta
em discursos e nos versos do poeta.

Poeta
o corpo desaparecido no ocaso
dos poderosos irritados em palavras
e versos decassílabos de rimas estruturadas
na previsão do fim no anúncio do tempo
renovado em fases: festa.

(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

TriploV Blog

Províncias, em:
http://blogtriplov1.wordpress.com/2014/01/13/poema-provincias/

IMENSIDÃO

as dúvidas dos antepassados
complexas em desdobramentos
e no aprofundamento da ignorância
com que nos deparamos pelo tempo

ao longe a vista alcança calores
em que a imagem é traduzida
e se faz bela e conhecida
com a imaginamos

não a resposta e a aposta
continua aberta ao desígnio
da imaginação abstrata
retratada em idiossincrasias

a vontade retorna ao tema
e o teorema se faz na imensidão
espacial que nos seduz

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 12 de janeiro de 2014

sábado, 11 de janeiro de 2014

Pavilhão Literário - Universo de Versos

Conversas, em:
http://singrandohorizontes.blogspot.com.br/2013/12/jose-feldman-universo-de-versos-n-134.html

FAMÍLIA

Pais e filhos distanciados
                                em compromissos
             de escola e trabalho

             desconhecidos no final do dia

secas cadeiras de altos espaldares
escondem corpos cansados
                            de frustrações
                              e raiva: poucas
              esperanças de dias acalmados
                                nos finais de semana

             tempo: erro humano de progresso
             e regresso
                         em novos caminhos
                         de reis e rainhas
                                       em troncos
                                       no despetalar
                                       de secas flores

pelas ruas a cidade perambula corpos
isentos de culpas na espera de trens
atrasados desde a infância.

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

TriploV Blog

Vidraças, em:
https://blogtriplov1.wordpress.com/2014/01/07/poema-vidracas/

PROJETO

projeto rabiscado
em  poucas páginas

gráficos
desenhos
textos
números
comentários
citações

medo expressado: colunas
e colunatas sustentam o templo

futuro: escuro tempo de revelações
em comparações retiradas de fórmulas
na base concreta de números esparsos
e sem sentido das poucas páginas
de apagados desenhos
                    gráficos
                    e tanto mais
                    no texto fragmentado.

(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

PENSAMENTOS

observo a paisagem
                         além
                         a noite se aclara

pensamentos estrelam
a velocidade necessária

a paisagem cessa na nuvem
em que o pensar permanece
                      
                       atento

tempos difíceis de descobertas
ensombrecem a vida em relações
vazias de interpretação única

retorno à luz das estrelas
no firmamento sem sombras

não encontro o significado
                         para estar aqui

                         meus olhos fixam o horizonte
                         no firmamento que desaparece

(serão) dias de difíceis ultrapassagens
                         pela paisagem fechada

(Pedro Du Bois, inédito)




domingo, 5 de janeiro de 2014

Leonardo Sodré

Vidraças, em:
http://www.leonardosodre.com/2014/01/vidracas.html

SOLIDÃO

O carro diminui a marcha
                                sinaliza
                       sai da estrada
                       e para

nenhum envelope posto
                             sob a porta

o carro parado
            na noite
            suas luzes
                   indicam a ignição
                                     ligada

nenhuma mão procura
sob a porta
      algum envelope

o tiro ecoa
o corpo cai
             sobre a direção
e as luzes se apagam.

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Literatura sem fronteiras

Requerer, em:
http://literaturasemfronteiras.blogspot.com.br/2014/01/requerer-pedro-du-bois.html

AMANHECER


 
Razão: espectro vital
no descaminho do carro
quase sucata onde na manhã
aflora a conversa sobre o pão.
 
O pão acompanha o despertar
alimenta o corpo e resplandece
em fatias de desejos: razões.

Na cadeira se ressente
do tempo ultrapassado
no pão caseiro. A gordura
unta a forma e o calor
queima a massa.
 
Razão única: a vida
abriga a graça no pão
sobre a mesa. Em pedaços.

(Pedro Du Bois, inédito)