quinta-feira, 30 de julho de 2015

RAREFEITOS


Aposto andares
sobrepostos ao zênite
recolhidos em voos
de pássaros
dicotômicos dos realejos
mentirosos em bilhetes
e recados inconclusos
dos atos atravessados
aos intrépidos acordes
das cornetas metálicas

recupero o fôlego e espaço 
impropérios que desfalecem
quedas métricas e o horror
escolhe setas acertadas

no emaranhado das histórias
o ápice em desencontros

e o fôlego fenece.

(Pedro Du Bois, inédito, desde Paris)

NÃO


Não há raiva no que escrevo:
telas abstratas desconstroem
símbolos de dias vividos.
Não há ódio no que digo:
palavras impronunciadas
no encontro anterior do corpo
encostado ao todo esperançoso.
Nem ecoam silêncios noturnos
de cegos morcegos esvoaçantes
radares desfeitos em espaços.

Não há a presença  da besta
no ataque em que a presa
sabe sente e consente
na estupidez dos intervalos
erráticos em que se transforma.

(Pedro Du Bois, inédito, desde Paris)

terça-feira, 28 de julho de 2015

TEMPOS MORTOS


Ao tempo findo
a morte é socorro
                      longínquo

na falta em que o tempo
cessa acessos
ao futuro
a morte entalha caminhos
carregados de lembranças

na falta que deixamos aos familiares
a morte os socorre com o mausoléu
onde depositadas flores e pedras

na falta que fazemos
ao tempo não decorrido
reside a dúvida da continuidade
em vazios despercebidos.

(Pedro Du Bois, inédito, desde Paris)

domingo, 26 de julho de 2015

FALAR

Basta falar em ensolarados dias abstraídos
de luares esquecidos sob nuvens carregadas 
de não acontecimentos para recolherem 
âncoras sobrepostas ao areal pesado
soltando pós descorados de viajantes
esquecidos das revoltas e preços
cobrados pelas cassandras em águas
amargas de desconhecimentos

da beleza retirar a mágica junção
do intervalo anular em se saber
a pureza e o reflexo acolhido
na imagem acrobática
em que o frio não prende
o minotauro e a fera aflora cenas
descritas nos descobrimentos.

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 24 de julho de 2015

LAPSOS

Passado em novas notícias
de crimes acontecidos

sob o sol de inverno
                            na luz do verão
de onde vejo o criminoso preso
o morto carregado
          negócios desfeitos em saudades      
                                         comercializadas

você na rua no dia de hoje
e não sinto vontade de me aproximar
e dizer bom dia

o passado é ordem reprimida
no ato: corpo morto no desassossego 
                            do quarto de dormir.

(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 22 de julho de 2015

ALTERNATIVAS


Alternativas bifurcam caminhos
na indecisão trazida do seio materno
não renascidas na oportunidade
estética do recomeço

apago impressões deixadas
e me acompanho em novas caminhadas

por minha conta e responsabilidade
não retorno ao aconchego
e na escuridão do tempo
me permito escolhas

  (descompromissadas)

a pista transposta
repousa na imensidão

da memória.

(Pedro Du Bois, inédito)

segunda-feira, 20 de julho de 2015

VULTO


O inconsentido vulto
revê ultrapassadas
barreiras em corpos iguais
aos que povoam calçadas
de rostos desesperançados
nas mãos que os alentam

o vulto se retrai no escuro
canto que  em vão lamenta
e observa com olhos
tementes de responsabilidade

a consentida humanidade
maniqueísta na reprovação
do desconsolo irreal

longo vulto recolhido no desencanto
                            do reconhecimento.  

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 18 de julho de 2015

Leonardo Sodré

Lados, em:
http://www.leonardosodre.com/2015/07/lados.html

BELO

o hedonismo esteriliza
ao externar conceitos
                   de beleza

enfeia
em belos corpos
em lindos lances
em maravilhosas palavras
                     de romances

a imagem como máscara
mascara o belo inexistente

(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 16 de julho de 2015

meiotom poesia&prosa

Lados, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo15tronco.htm

Revista Libros y Letras

Lados, em:
http://www.librosyletras.com/2015/07/lados.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+LibrosYLetras+%28Libros+y+Letras%29

INTERVALOS

Vivo intervalos ao sentir
seus olhos distanciados

cubro espelhos em minha casa
sem reflexo trato meu trajeto
em inflexões e cumprimentos

intervalos devoram suas presas
em pagamentos espúrios
das sobrevivências anômalas
com que minotauros choram
culpas não solicitadas

do início ao tempo (a)final
dos movimentos sigo a sombra
em lentos passos na completeza
dos intervalos: sonhos acompanham
o corpo no trajeto.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 12 de julho de 2015

Via Rápida


Via Rápida, em:
https://books.google.com.br/books?id=uiICySlDW1AC&pg=PA9&lpg=PA9&dq=%22Pedro+Du+Bois%22&source=bl&ots=dC9YCXFbWD&sig=hsZ2MxzuPiXJlDPs2YgFOj5fC7I&hl=pt-BR&sa=X&ei=mSKjVZODJYGcwASEkor4CQ&ved=0CDoQ6AEwBzgo#v=onepage&q=%22Pedro%20Du%20Bois%22&f=false

COMO

descrevem suas casas
suas terras
suas famílias
e suas vidas

sobre o inexistente
no vazio da casa
      sobre terras onde
      famílias se ignoram
      em vidas iguais

(choram o desalento no desencontro
  do provisório teto que os obriga)

choram seus mortos
              em secos olhos
                          na estreita passagem
                                       do ilusório

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 10 de julho de 2015

meiotom poesia&prosa

Silêncio, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo15siso.htm

Lima Coelho

em 2010, 3 poemas, em:
http://limacoelho.jor.br/index.php/Unicidade-dos-caminhos-3-poemas-de-Pedro-Du-Bois/

Ares e Mares

Escolher e Silêncio, em:
http://www.aresemares.com/index.php/materias-especiais/dois-poemas-por-pedro-du-bois/

SOB A PEDRA

sob a pedra o húmus
satisfaz a pedra
    rebrota plantas
 
enfeita entre pedras
                      o caminho

passo
piso
destroço
a planta
no trajeto

     minha jornada
     aparenta
     o húmus
     sobre a pedra

renasço
em plantas
no enfeitar caminhos

            o passo rápido
            no pisar a terra
            evita rebrotar
            em nova planta

onde piso
o passo
sem terra
rebroto
húmus

da terra
ao trajeto
o caminho
alardeia
passos

                o piso
                inconstante
                da terra
                rebrotada
                em plantas
                      passadas

passado
pisado
      rebrotado
           redime o trajeto
           encobre o húmus
                         em pedra

            da pedra em si
            nada sei
                    apenas cobre o trajeto
                    e sob ela o húmus
                    tenta rebrotar a terra

pisadas pedras
desgastadas em passos
de caminhos tracejados
em úmidos caminhos

                    ao húmus
                         na terra
                         cabe o início
                         e o findar do trajeto

na pedra áspera
em superfície
está o encontrar
do húmus
         no rebrotar passos
         em novas pisadas

                  reaberto
                         o passo
                         recomeça o traço
                         e da terra brota
                         o húmus sustentado
                         pela pedra a cobrir
                         o que foi pisado

(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Projeto Passo Fundo

Silêncio, em:
http://www.projetopassofundo.com.br/principal.php?modulo=texto&con_codigo=53549&tipo=texto

A História Vivida

Sempre, em:
http://ahistoriavivida.blogspot.com.br/2015/07/sempre.html

TÂNIA


Em você encontro a paz na fatuidade
dos momentos: na emoção
da certeza dos corpos: no prazer da ilusão
pregressa e na adoração do instante
magnificado em espelhos: estamos juntos
na significação do espaço pela orientalidade
do esboço e na consistência de sermos
a manutenção da individualidade
no tempo e aos nos reapresentar
à frente: ar e solo confundidos
no regresso: em você
permanece a beleza natural
dos ensinamentos: fato e folha:flor
depositada em reconhecimento
dos corpos em descanso na lembrança
dos estames praticados.

(Pedro Du Bois, inédito)

Modus vivendi

Silêncio, em:
http://amata.anaroque.com/arquivo/2015/07/silencio_7

segunda-feira, 6 de julho de 2015

A História Vivida

Regularidade, em:
http://ahistoriavivida.blogspot.com.br/2015/07/regularidade.html

O BARCO E SUAS PARTES

falo do barco
suas partes: proa popa
remo água. Sob o barco
o corpo molhado em cansaço

falo do barco
o tanto: a perdição da hora
no remanso e a onde forte
nos braços de quem rema

falo do barco
o quase: naufrágio imprevisto
a boia (outra parte) a vontade
de se manter vivo

falo do barco
o bastante: histórias contadas
ao redor da luz da noite após
o retorno e a rede (a)guardada

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 4 de julho de 2015

PALAVRAS

outras palavras correlatas
ao texto distinto do começo

palavra divinizada na história
repassada em lenta agonia
e antiga glória

na repetição o tema
aflora interpretações

adianta ideias não transformadoras
                  de alegorias e sistemas

palavreado com que o camponês
descreve sua faina e diz da família
                                      animais
                                  e plantas

a dificuldade resumida
na compreensão advinda
do tempo despendido
em pesquisas e escolhas

palavras
      palavras
             palavras irresponsavelmente
apostas nas leituras obrigatórias
no tempo de colégio

como são as letras trocadas
sobre túmulos de pessoas
desconhecidas enquanto vivas

alcançar o sentido no revolver
o espaço em busca de desatino
                                e cansaço

palavras sinalizam encontros
onde possam realizar o sonho
de não estarmos sozinhos

esgotadas em discursos
tolos de não aproveitamento
no texto enxuto
              e áspero onde inverdades
              vicejam como pragas

(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 2 de julho de 2015

meiotom poesia&prosa

Escolher, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo15escolher.htm

Revista Cerrado Cultural

Viver, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2015/07/viver.html

Regularidade, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2015/07/regularidade.html

Sempre, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2015/07/sempre.html

Viver, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2015/07/viver_2.html

Escolher, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2015/07/escolher.html

Modus vivendi

Escolher, em:
http://amata.anaroque.com/arquivo/2015/07/escolher

GUIA

não sou a guia
a gula
 a agulha
  a águia cujas garras
   agarram
    a presa
   
sou ponto de referência
                quando muito
                quanto muito

em mim pedem
as distâncias
as instâncias
as dicotômicas verdades
           no ponto de partida

não sou luz habitual
na complacência
nem linha histórica
                     retomada

(Pedro Du Bois, inédito)