Torres, em:
https://valeemversos.blogspot.com/2017/01/torres.html
domingo, 30 de junho de 2019
ANJOS
Sim
minha graça
temos anjos
bloqueando
nossa guarda
apuram as penas antes do passo
ouvido no canto dos pássaros
mesmo quando o time perde
o anjo está presente
- anjo perna-de-pau -
materializado no gol
sobre a hora
sim
minha graça
anjos nos acompanham
e morrem por nós diariamente
- alguns de tédio ou desgraça -
e
quando morremos
voam ao escritório
das anotações humanas
e são os primeiros
a sair em férias.
(Pedro Du Bois, inédito)
minha graça
temos anjos
bloqueando
nossa guarda
apuram as penas antes do passo
ouvido no canto dos pássaros
mesmo quando o time perde
o anjo está presente
- anjo perna-de-pau -
materializado no gol
sobre a hora
sim
minha graça
anjos nos acompanham
e morrem por nós diariamente
- alguns de tédio ou desgraça -
e
quando morremos
voam ao escritório
das anotações humanas
e são os primeiros
a sair em férias.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 28 de junho de 2019
VERDADES
Que verdades falamos
à noite com a família?
Quando transformamos
a realidade em verdade
e fugimos dos sonhos.
Que verdades transmitimos
aos filhos quando com eles
passeamos no final de semana?
Quando as palavras confirmam
as regras: endurecem verdades
em placas de concreto.
(Pedro Du Bois, inédito)
à noite com a família?
Quando transformamos
a realidade em verdade
e fugimos dos sonhos.
Que verdades transmitimos
aos filhos quando com eles
passeamos no final de semana?
Quando as palavras confirmam
as regras: endurecem verdades
em placas de concreto.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 27 de junho de 2019
quarta-feira, 26 de junho de 2019
DIMINUTIVOS
São diminutas
as grandes obras
os grandes homens
as grandes coisas
que nos cercam
e nos tiram o brilho do sol
em conquistas e promessas
são diminutos
os autoelogios
as arrogâncias
e os sorrisos profissionais
com que nos brindam
em cada boa noite
pela televisão
são diminutos os minutos
restantes entre nós.
(Pedro Du Bois, inédito)
as grandes obras
os grandes homens
as grandes coisas
que nos cercam
e nos tiram o brilho do sol
em conquistas e promessas
são diminutos
os autoelogios
as arrogâncias
e os sorrisos profissionais
com que nos brindam
em cada boa noite
pela televisão
são diminutos os minutos
restantes entre nós.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 24 de junho de 2019
ATOS
Atitude
altitude
virtude
ex-plano celestial
belial
virtude deformada
no último demônio
latitude
longitude
ex-plano cerebral
bestial
meridianamente posto
onde precisamos passar.
(Pedro Du Bois, inédito)
altitude
virtude
ex-plano celestial
belial
virtude deformada
no último demônio
latitude
longitude
ex-plano cerebral
bestial
meridianamente posto
onde precisamos passar.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 22 de junho de 2019
FINGIR
Procuro (finjo) a palavra (in)certa
no (in)traduzível esforço
com que tento chegar ao começo
(início) do texto: letra maiúscula
reteso minúsculos músculos
esqueço o tom (som): no rabiscar
amasso o papel em termo
do poema caído ao chão
finjo (procuro) o silêncio (palavra)
(in)correta. Fujo dos pensamentos: pecador
esqueço o termo no todo riscado.
(Pedro Du Bois, inédito)
no (in)traduzível esforço
com que tento chegar ao começo
(início) do texto: letra maiúscula
reteso minúsculos músculos
esqueço o tom (som): no rabiscar
amasso o papel em termo
do poema caído ao chão
finjo (procuro) o silêncio (palavra)
(in)correta. Fujo dos pensamentos: pecador
esqueço o termo no todo riscado.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 20 de junho de 2019
O QUE HAVIA
O que havia para dizer
murmurei
o que havia para cantar
gritei
o que havia para gritar
falei
o que havia para lembrar
esqueci
sou a mudez do som
em palavras repetidas
não sou a voz das estrelas
nem porta-voz do futuro
nem locutor de esportes
sou voz calada: silêncio.
(Pedro Du Bois, inédito)
murmurei
o que havia para cantar
gritei
o que havia para gritar
falei
o que havia para lembrar
esqueci
sou a mudez do som
em palavras repetidas
não sou a voz das estrelas
nem porta-voz do futuro
nem locutor de esportes
sou voz calada: silêncio.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 18 de junho de 2019
LEMBRANÇA
Lembro o olhar
penetrante
o sorriso
faiscante
a voz
envolvente
a razão
desarrazoada
não houve canção
nem contradança
os olhos conseguidos
em relance
lembro o todo: começo
nada lembro: adormeço.
(Pedro Du Bois, inédito)
penetrante
o sorriso
faiscante
a voz
envolvente
a razão
desarrazoada
não houve canção
nem contradança
os olhos conseguidos
em relance
lembro o todo: começo
nada lembro: adormeço.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 16 de junho de 2019
COLEGAS
Amizade esquecida
em camaradagem
e coleguismo
apresenta o colega
burocraticamente
- estudou comigo -
esquece os sonhos
os segredos
os porres
as prostitutas
(in)certeza de que continuariam
amigos ou apenas colegas
de certa época.
(Pedro Du Bois, inédito)
em camaradagem
e coleguismo
apresenta o colega
burocraticamente
- estudou comigo -
esquece os sonhos
os segredos
os porres
as prostitutas
(in)certeza de que continuariam
amigos ou apenas colegas
de certa época.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 14 de junho de 2019
REVOLTAS
O balanço da água
revolta estômagos
sensíveis
pessoas esquecem
na amargura
o mergulho
do corpo
por isso
revolta
a água
estragando corpos
e afogando espíritos.
(Pedro Du Bois, inédito)
revolta estômagos
sensíveis
pessoas esquecem
na amargura
o mergulho
do corpo
por isso
revolta
a água
estragando corpos
e afogando espíritos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 13 de junho de 2019
quarta-feira, 12 de junho de 2019
TRANSFORMAÇÕES
Eros
erros
ervas
na medicina que nos consola
com remédios para todos os males
onde erramos em dores
e erotizamos o corpo no contato
físico
física
química
nos corpos que se entrecruzam
nas pedras
braços
abraços
o gosto do beijo
e a mão sob a blusa
explode
contida
paixão em que nos atiramos
contra a vontade e a razão
continente
onipresente
espírito relaxado
silencioso no amor
na dor e na entrega.
(Pedro Du Bois, inédito)
erros
ervas
na medicina que nos consola
com remédios para todos os males
onde erramos em dores
e erotizamos o corpo no contato
físico
física
química
nos corpos que se entrecruzam
nas pedras
braços
abraços
o gosto do beijo
e a mão sob a blusa
explode
contida
paixão em que nos atiramos
contra a vontade e a razão
continente
onipresente
espírito relaxado
silencioso no amor
na dor e na entrega.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 10 de junho de 2019
QUEBRAR
O som do gelo
água exposta
iceberg em mares
o som da navalha
gelo rachado
pedaços ao mar
o som ensurdece
o gelo na queda
na linha d'água
aumenta o mar
o som anoitece
congela o sangue
interrompe o beijo
rasga a alma
entristece.
(Pedro Du Bois, inédito)
água exposta
iceberg em mares
o som da navalha
gelo rachado
pedaços ao mar
o som ensurdece
o gelo na queda
na linha d'água
aumenta o mar
o som anoitece
congela o sangue
interrompe o beijo
rasga a alma
entristece.
(Pedro Du Bois, inédito)
JÓIAS - Waldemar José SOLHA
Em Seg 10/06/19
07:55, Waldemar José Solha waldemarsolha@gmail.com escreveu:
v a jóia de DU BOIS
-
Vi o “Portão do Inferno”- enorme bronze do Rodin - no jardim de seu museu, em Paris. Lá estava, dominando a porta cheia de condenados literalmente “subindo pelas paredes”, a figura de Dante – com o perfil do próprio escultor. Atrás de mim, num pedestal alto, o Dante ampliado num bronze mais forte e conciso, agora com o nome de “O Pensador”. Rodin percebera o que venho sentindo há séculos: que em toda obra de arte, o todo é sempre menor que sua melhor parte... e explorou isso. O mesmo se dá com a “Criação do Homem” no teto da Sistina, o coro do “Aleluia” no “Messias” de Hendel, o julgamento de Bebelo, no “Grande Sertão: Veredas”, Carlitos palitando os dentes com os pregos, depois de saborear o ensopado das próprias botinas em “Corrida do Ouro”. Acabo de ver o mesmo no novo livro de Du Bois - O HOMEM DESPEGADO EM OLHOS : o poema “JÓIAS”, páginas 183 e ss. É magistral a figura do ourives que ele cria, como também a de sua coadjuvante esposa. Ourives que, por certo, vem do “Profissão de Fé”, de Bilac, onde se lê, por sua vez, na epígrafe:
-
Le poète est ciseleur,
Le ciseleur est poète. Victor Hugo
-
Du Bois se esmera em seus versos – certamente as “Jóias” do título - , exatamente como seu modelo, que confessa:
-
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
-
Como no caso do parnasiano, o poema do contemporâneo gaúcho termina em morte, Shakespeare veladamente comparecendo como aquele que “vibra a lança” – como diz seu nome– o que me lembra Ariano ao pôr em seu livro póstumo – O Romance de Dom Pantero – o nome do Bardo como Guilherme Schiabino Solha Agitalança – o que não me surpreendeu , porque em meu painel “Homenagem a Shakespeare”, da UFPB, o Touchstone que retratei foi o próprio Ariano – inteligente e engraçado como ele.
Bom, é assim que Bilac termina:
-
Caia eu também, sem esperança,
Porém tranquilo,
Inda, ao cair, vibrando a lança,
Em prol do Estilo!
-
Du Bois retoma esse poema - fruto de uma época – mas com os pés no chão. Em lugar de uma deusa, comparece a mulher do ourives, “a mulher que amava”, e que vemos em todas as estrofes, pois ela sempre “ia até a oficina / nos fundos da loja / e lhe trazia o chá”, ele “descansava ao lado da mulher que amava”, “a mulher amada perfumada e macia”, que “cuidava da casa / era o seu lar”, onde, ao findar do dia ele se refugiava, “para se encontrar / com a mulher que amava”,
-
feliz o ourives
família feliz
-
A paixão pelo elaborado labor do profissional é o mesmo bilaquiano. Linda, a primeira estrofe, onde Du Bois conta que nas jóias o ourives “elaborava o beijo/ na mulher que amava / ou o copo de vinho / durante as refeições”. Enquanto “a comida vinha em cheiros / ao finalizar a manhã”, ele trabalhava com “a balança de precisão / o monóculo de aumento / a lente auxiliar / o fogo / o cadinho”.
Detalhe que importa muito no final:
-
Os clientes entravam na loja
anunciados pelo sino
colocado entre a porta
e a entrada
o ourives saía da oficina
e os atendia.
-
Sino que, no final,
-
a mulher que amava ouviu,
ninguém surgiu do fundo da sala
e a oficina estava em silêncio
-
E, corte seco, típico de Du Bois:
-
As jóias foram penhoradas
poucas permaneceram na família
e a ourivesaria foi fechada
os filhos e a viúva não tinham
tradição para os negócios.
-
Difícil ser mais delicado, sensível, ourives, “ciseleur”, “poète”.
-
Vi o “Portão do Inferno”- enorme bronze do Rodin - no jardim de seu museu, em Paris. Lá estava, dominando a porta cheia de condenados literalmente “subindo pelas paredes”, a figura de Dante – com o perfil do próprio escultor. Atrás de mim, num pedestal alto, o Dante ampliado num bronze mais forte e conciso, agora com o nome de “O Pensador”. Rodin percebera o que venho sentindo há séculos: que em toda obra de arte, o todo é sempre menor que sua melhor parte... e explorou isso. O mesmo se dá com a “Criação do Homem” no teto da Sistina, o coro do “Aleluia” no “Messias” de Hendel, o julgamento de Bebelo, no “Grande Sertão: Veredas”, Carlitos palitando os dentes com os pregos, depois de saborear o ensopado das próprias botinas em “Corrida do Ouro”. Acabo de ver o mesmo no novo livro de Du Bois - O HOMEM DESPEGADO EM OLHOS : o poema “JÓIAS”, páginas 183 e ss. É magistral a figura do ourives que ele cria, como também a de sua coadjuvante esposa. Ourives que, por certo, vem do “Profissão de Fé”, de Bilac, onde se lê, por sua vez, na epígrafe:
-
Le poète est ciseleur,
Le ciseleur est poète. Victor Hugo
-
Du Bois se esmera em seus versos – certamente as “Jóias” do título - , exatamente como seu modelo, que confessa:
-
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
-
Como no caso do parnasiano, o poema do contemporâneo gaúcho termina em morte, Shakespeare veladamente comparecendo como aquele que “vibra a lança” – como diz seu nome– o que me lembra Ariano ao pôr em seu livro póstumo – O Romance de Dom Pantero – o nome do Bardo como Guilherme Schiabino Solha Agitalança – o que não me surpreendeu , porque em meu painel “Homenagem a Shakespeare”, da UFPB, o Touchstone que retratei foi o próprio Ariano – inteligente e engraçado como ele.
Bom, é assim que Bilac termina:
-
Caia eu também, sem esperança,
Porém tranquilo,
Inda, ao cair, vibrando a lança,
Em prol do Estilo!
-
Du Bois retoma esse poema - fruto de uma época – mas com os pés no chão. Em lugar de uma deusa, comparece a mulher do ourives, “a mulher que amava”, e que vemos em todas as estrofes, pois ela sempre “ia até a oficina / nos fundos da loja / e lhe trazia o chá”, ele “descansava ao lado da mulher que amava”, “a mulher amada perfumada e macia”, que “cuidava da casa / era o seu lar”, onde, ao findar do dia ele se refugiava, “para se encontrar / com a mulher que amava”,
-
feliz o ourives
família feliz
-
A paixão pelo elaborado labor do profissional é o mesmo bilaquiano. Linda, a primeira estrofe, onde Du Bois conta que nas jóias o ourives “elaborava o beijo/ na mulher que amava / ou o copo de vinho / durante as refeições”. Enquanto “a comida vinha em cheiros / ao finalizar a manhã”, ele trabalhava com “a balança de precisão / o monóculo de aumento / a lente auxiliar / o fogo / o cadinho”.
Detalhe que importa muito no final:
-
Os clientes entravam na loja
anunciados pelo sino
colocado entre a porta
e a entrada
o ourives saía da oficina
e os atendia.
-
Sino que, no final,
-
a mulher que amava ouviu,
ninguém surgiu do fundo da sala
e a oficina estava em silêncio
-
E, corte seco, típico de Du Bois:
-
As jóias foram penhoradas
poucas permaneceram na família
e a ourivesaria foi fechada
os filhos e a viúva não tinham
tradição para os negócios.
-
Difícil ser mais delicado, sensível, ourives, “ciseleur”, “poète”.
-
-
ACABO DE POSTAR ESSE
TEXTO EM WALDEMAR JOSÉ SOLHA FACEBOOK
sábado, 8 de junho de 2019
PERDAS
Reparte as perdas
na alegria de seus inimigos
que espreitam sua face
e buscam sinais da tristeza
interiorizada pelas derrotas
onde estão suas perdas
presas ao submerso inimigo
que chega sem barulho
e sem movimentos
no farfalhar das folhas
resgata suas perdas
esquecidas na sequência
com que imita a história
tampa os ouvidos ao passado
ressurgente entre inimigos
que não mais o reconhecem.
(Pedro Du Bois, inédito)
na alegria de seus inimigos
que espreitam sua face
e buscam sinais da tristeza
interiorizada pelas derrotas
onde estão suas perdas
presas ao submerso inimigo
que chega sem barulho
e sem movimentos
no farfalhar das folhas
resgata suas perdas
esquecidas na sequência
com que imita a história
tampa os ouvidos ao passado
ressurgente entre inimigos
que não mais o reconhecem.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 6 de junho de 2019
INDEFINIDO
Indefinido espaço
de nossa permanência
que percorremos
ininterruptamente
como condenados
em que a pena
leve seja
é cumprida
contra a vontade
indefinido tempo
que marca nossos passos
em desconsiderados
apelos e chamadas
em que nos perdemos
em sua escuridão
futuro entrevisto em novas histórias
que desigualam nossa permanência.
(Pedro Du Bois, inédito)
de nossa permanência
que percorremos
ininterruptamente
como condenados
em que a pena
leve seja
é cumprida
contra a vontade
indefinido tempo
que marca nossos passos
em desconsiderados
apelos e chamadas
em que nos perdemos
em sua escuridão
futuro entrevisto em novas histórias
que desigualam nossa permanência.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 4 de junho de 2019
ETÉREO
De nada adianta
libertar o espírito
desse corpo
- ator
sem cena -
onde demonstra
o brilhantismo
de sua existência
etéreo
como manter
sua chama
e o aplauso?
(Pedro Du Bois, inédito)
libertar o espírito
desse corpo
- ator
sem cena -
onde demonstra
o brilhantismo
de sua existência
etéreo
como manter
sua chama
e o aplauso?
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 2 de junho de 2019
PROSAICO
Como se algo
de onde e como
olhasse para mim
longe e pouco
espiando os gestos
espreitando os gestos
gesticulando
como se estivesse atento
ao mínimo movimento
com que mexo o corpo
que dizer espírito de longe
sobre prosaica estampa?
(Pedro Du Bois, inédito)
de onde e como
olhasse para mim
longe e pouco
espiando os gestos
espreitando os gestos
gesticulando
como se estivesse atento
ao mínimo movimento
com que mexo o corpo
que dizer espírito de longe
sobre prosaica estampa?
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 1 de junho de 2019
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