segunda-feira, 25 de abril de 2016

CIDADE

Olho a cidade em barulhos
sussurros             silêncios

posso me reconhecer no antro
escuro de seus becos (cidades
estão repletas) vazios 
de encontros: a cidade
se renova no lugar
de sempre: longe
                  perto
      além do desejo
      em que caminhos se bifurcam.

No antro o rancor silencia
a noite que na periferia
reinicia a obrigação da volta
                            para casa.

A cidade envelhece as pessoas
anônimas no reconhecimento

escondendo a pressa na passagem
a cidade me faz diverso em ser fiel 
escravo do progresso: imerso.

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 23 de abril de 2016

Saber Literário

Janelas, em:
http://saber-literario.blogspot.com.br/2016/04/janelas-pedro-du-bois.html

SOPHIA

                                             "Perfeito é não quebrar
                                              A imaginária linha

                                              Exata é a recusa
                                              E puro é o nojo".


     De onde está (estaria)
     no começo do universo
     a linha traz (traria)
     a decisão inerente
     dos acordos

     esse o nojo
     trazido em retorno:
                rastro rasgado
                na terra
     embevecida em recusas

     sabe (saberia) dizer
     da constância
     e se revela (revelaria)
     em glória.

(Pedro Du Bois, inédito)      

quinta-feira, 21 de abril de 2016

meiotom poesia&prosa

Contigo/With You, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo16contigo.html

PLANOS

Plano: herdar os bens
para recuperar o gosto

(aos deuses cabem palavras
 destituídas: verbos não conjugados)

do plano retiro o livro revestido
de importância: obra imortalizada
no desafio dos semblantes indiferentes
dos personagens: enamorado casal

(aos deuses a obtenção da verdade
 conduzida em trens anteriores
 aos trilhos: verbos transfigurados)

planos retraem multiplicados acordos
entre sóis e luas em estreladas noites
de alegorias inconsequentes

(aos deuses sobram encontros
 na vingança orientada dos finais).

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 15 de abril de 2016

A História Vivida

Aspereza, em:
http://ahistoriavivida.blogspot.com.br/2016/04/aspereza.html

JANELAS

Segredo: abro as janelas
e na luz recebo
o sentido contrário.
No ordinário das respostas
retiro golpes imemoriais
com que escondo os horrores
da condição incorreta do passado.
Desminto atrocidades cometidas
em pensamento: revelo o segredo
na razão da inconsequência
das desculpas pronunciadas
em resguardo
       e aconselhamento
ao confundir as imagens
na primeira hora. Desdita
acontecida na hora mediana
dos extremos em estranhas
fases na face possível.

Segredo: permaneço ante janelas
sem que o gesto se concretize
e o dia finde.

(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Revista TriploV

Aspereza, em:
http://triplov.com/poesia/Pedro-du-Bois/aspereza.htm

Modus vivendi

Aspereza, em:
http://amata.anaroque.com/arquivo/2016/04/aspereza

TEMPO FUTURO

Na chuva torrencial
dos alagamentos
corpos encharcados
                        (submersos)
                        recebem a graça
                        inaudita na hora
                        de ir embora

quando o calor cobrir a superfície
e a água ferver em instantes
estaremos após o tempo
de secagem: inúteis e ilesos
                               (mortos).

(Pedro Du Bois, inédito)

segunda-feira, 11 de abril de 2016

meiotom poesia&prosa

Efêmeros, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo16efem.html

MARES

O mar fechado
guarda o barco
em terra

inerte
sobre toras
aguarda
o mar aberto
em ventos

range o madeirame
rasga a vela
(o prático chora
 seu silêncio)

rolam toras
em águas turvas

o barco se curva
no prático aguardar
do passar da ressaca.

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 9 de abril de 2016

QUESTÕES

Questões esquecidas
em tempos conflitantes: revigorados
no estio queimam corações
em vinganças de famílias
rarefeitas em guerras: decorridos
no andar do vento úmido e quente
e frio e seco trazem gritos
levam lamentos: esquecem
bonitas palavras: iletrados
desconsideram que o gesto
ameaça a paz provisoriamente
alcançada no misturar o silêncio
estendido ao nada: menores
questões açuladas: azulados céus
no estar e escutar sons vindos
de onde o grito permanece
esquecido: guerras agarram
corpos endurecidos em mentes
insanáveis de retornos: questões
maiores nos trazem de volta
e ao entrar na casa anterior
ao gesto temos o retorno
no indigesto estado
em que a vingança tarda.

(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 7 de abril de 2016

ASSIM

(como se) adiante de mim viessem recados
de silêncios (não) contidos nas esperas
(então) estaria preparado para lutar
à luz do mundo impuro (é) o ser
desesperado grita (in)glórias
sobre o muro: (sim) imundos gestos
com que (me) conquistassem mundos
avaros de incertezas: (sobre) galhos
trouxessem barulhos dos (in)ventos
e mortalhas (franzidas) em agonia:
(através) do outono advindo em ruídos
buscassem o renascer da estátua (como me
foi prometido) na beira do abismo
plasmado em cenas de homenagem: (nada)
acontecessem ao acaso e do (des)gosto abjurado
no golpe a serpente (ela) reconstruísse
o instante (maléfico) do golpe: no futuro
(impuro) (res)guardassem o sentimento
balançado (em cordas) dos (ante)passados.

(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 5 de abril de 2016

RISOS

No regresso traz o riso
colhido no vento ultrapassado
pelo eco das conversas mal
ouvidas: pessoas jogam fora
seus horários de partida

seu riso no instante em que se diverte
mesmo que risadas sejam lembranças

rasga o riso em sementes não amadurecidas
no seco estalar dos dedos contra o dizer
das despedidas: risos escondem
o medo do irreconhecível

alveja o riso em pleno voo: recôndito
de mera corrida sobre o solo: repete
o tiro  ao estender o arco que no riso
sobram vidas em novas capturas

no riso tolos moldam pães
e sérios se enredam.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 3 de abril de 2016

AMARES

Ao mar deixo em paz as águas
há movimento suficiente

não sou mãos seguras
a tremular águas despejadas

na distância aguardo os encontros
em águas de cores transformadas
nas águas aprofundadas da viagem

do (a)mar carrego lembranças.

(Pedro Du Bois, inédito)


sexta-feira, 1 de abril de 2016

meiotom poesia&prosa

Desfecho, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo16porta.html

A História Vivida

Desfecho, em:
http://ahistoriavivida.blogspot.com.br/2016/03/desfecho.html

AMPLITUDE

Da amplitude marinha
retiro amares: olho e sinto
 a água molhar meus pés

enlevo o espírito na equivalência
duvidosa da minha existência

o mar se transforma em oceanos
além da vista: amplitude em horizontes
amorosos sobrepostos em pontes
cambiantes de sentimentos.

(Pedro Du Bois, inédito)


Revista Cerrado Cultural

Denouement, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/04/denouement.html

Desfecho, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/04/desfecho.html

Scunners, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/04/scunners.html

Desgostos, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/04/desgostos.html

Equal, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/04/equal.html

Iguais, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/04/iguais.html

To wait, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/04/to-wait.html

Esperar, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/04/esperar.html

Flames, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/04/flames.html

Chamas, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/04/chamas.html

TriploV Blog

Desfecho/Denoument, em:
https://triplovblog.wordpress.com/2016/03/31/poema-6/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+wordpress%2FYcoP+%28TriploV+Blog%29