Você enganado: a cor da camisa, a dobra da calça,
o sapato desamarrado, a quietude do espelho
transformada no discurso apregoando virtudes
desencontradas; ser o engano não lhe faz maior
que o problema discorrido em tons ameaçadores
e ao longe avista a traição amena das derrotas:
o que leva no bolso lhe faz falta: a carteira
com os documentos, o dinheiro, as chaves irresolutas
das chegadas, o lenço pouco usado no passado
tudo o que tem consigo lhe sufoca, leva a mão
à cabeça e sente o despentear do vento, a dor
inerente ao ouvido, o estalido das juntas; o passo
incorreto da incerteza treme as mãos nos bolsos
você considerado engano terminal das oferendas
e o pacote sob o braço pesa a desdita de pagar
o voto não conquistado; joga fora o embrulho
e segue ao lado da sombra: a sombra o engana.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 31 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
SAGRAÇÃO
Nos primeiros tempos
têmpera sobre aço
reforça o esforço
lança ao espaço
o fogo
ardente
da espera
e no terraço
aguarda a volta
do interesse aflito
calcula a área descrita
em versos e do reverso
revigora a alma no cansaço
das esperanças
a conversa ao telefone
direto ao ponto
ao porto
a porta aberta
ao delírio
descreve em arcos o interesse
repentino das refregas
e das lutas intensas
dos incautos
repara no antebraço
com que o vilão
apura o golpe
reescreve e no restante
adianta o sofrimento
do corpo
a dor da memória
onde caninos e dedos médios
indicam o não escutar
do refrão insistente
aporta ao largo e desfaz as ondas
repentinas das saudades
na água cristalina
dos lampejos
e dos reflexos
foge ao primeiro ataque
do esconderijo espia
a poeira cobrir a rua
onde o restante da casa
destruída em ecos
estremece o chão
colabora na velhice com o anteparo
da morte desdobrada
em adeuses
irritantes e inócuos
a idade consubstanciada
na dificuldade
de se fazer ouvir
ou escutar
ou dizer
do passado a história reescrita
em cada época e décadas
decantadas
o alvo fácil dos parques de diversões
em armas virtuais das realidades
anômalas onde derrubam animais
mecânicos e no linguajar aberto
dos desafetos dizem verdades
inoculadas em vacinas
descobertas após
o veredicto
verdadeira é a palavra escrita
riscada em papéis de seda
para que na folha debaixo
fique em decalque
o ressurgir do traço
mentiroso dos regressos.
(Pedro Du Bois, inédito)
têmpera sobre aço
reforça o esforço
lança ao espaço
o fogo
ardente
da espera
e no terraço
aguarda a volta
do interesse aflito
calcula a área descrita
em versos e do reverso
revigora a alma no cansaço
das esperanças
a conversa ao telefone
direto ao ponto
ao porto
a porta aberta
ao delírio
descreve em arcos o interesse
repentino das refregas
e das lutas intensas
dos incautos
repara no antebraço
com que o vilão
apura o golpe
reescreve e no restante
adianta o sofrimento
do corpo
a dor da memória
onde caninos e dedos médios
indicam o não escutar
do refrão insistente
aporta ao largo e desfaz as ondas
repentinas das saudades
na água cristalina
dos lampejos
e dos reflexos
foge ao primeiro ataque
do esconderijo espia
a poeira cobrir a rua
onde o restante da casa
destruída em ecos
estremece o chão
colabora na velhice com o anteparo
da morte desdobrada
em adeuses
irritantes e inócuos
a idade consubstanciada
na dificuldade
de se fazer ouvir
ou escutar
ou dizer
do passado a história reescrita
em cada época e décadas
decantadas
o alvo fácil dos parques de diversões
em armas virtuais das realidades
anômalas onde derrubam animais
mecânicos e no linguajar aberto
dos desafetos dizem verdades
inoculadas em vacinas
descobertas após
o veredicto
verdadeira é a palavra escrita
riscada em papéis de seda
para que na folha debaixo
fique em decalque
o ressurgir do traço
mentiroso dos regressos.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
POTE
Esvazia o pote
na mágica
recorrente
das tramóias
treme sua mão no vento
e se dispõe ao caminhar
errante dos atrapalhos
ressurge em cada etapa
na descoberta da prata
do pagamento
do pote vazio quer
o aroma em bebidas
evaporadas: a saliência onírica
do passado, a queda esperada
das notícias, o levar consigo
a natureza morta
recorre à mágoa trancafiada
no desvão do espírito: a materialização
da hora na vingança.
(Pedro Du Bois, inédito)
na mágica
recorrente
das tramóias
treme sua mão no vento
e se dispõe ao caminhar
errante dos atrapalhos
ressurge em cada etapa
na descoberta da prata
do pagamento
do pote vazio quer
o aroma em bebidas
evaporadas: a saliência onírica
do passado, a queda esperada
das notícias, o levar consigo
a natureza morta
recorre à mágoa trancafiada
no desvão do espírito: a materialização
da hora na vingança.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
INVÓLUCRO
O invólucro sobre a mesa
(no canto da sala)
fechado em segredos
tateado em dedos
desamparados
aberto ao toque
mostra o mistério do oriente
a revelação do ocidente
o segredo do norte
o frio inconfessável
por estar sobre a mesa
o invólucro
não recebido
no canto da sala não há mesa
não há sala
há o invólucro sobre o canto
da mesa da sala.
(Pedro Du Bois, inédito)
(no canto da sala)
fechado em segredos
tateado em dedos
desamparados
aberto ao toque
mostra o mistério do oriente
a revelação do ocidente
o segredo do norte
o frio inconfessável
por estar sobre a mesa
o invólucro
não recebido
no canto da sala não há mesa
não há sala
há o invólucro sobre o canto
da mesa da sala.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
OPOSTOS
Não me oponho
às guerras
e aos altos prédios
sou oposto ao verde
das florestas impensadas
e aos azuis corais
das águas rasas
rarefeito, aspiro a permanência
estonteante das planícies
e retiro da situação antagônica
o refazimento das sibilas
entre frases diametralmente
lançadas ao vento retiro
oposições: das guerras
recebo as últimas horas
e trafego no extremo anel
de angulações e raios
sou oposto raio fúlgido
de desesperanças: o apagar
das luzes.
(Pedro Du Bois, inédito)
às guerras
e aos altos prédios
sou oposto ao verde
das florestas impensadas
e aos azuis corais
das águas rasas
rarefeito, aspiro a permanência
estonteante das planícies
e retiro da situação antagônica
o refazimento das sibilas
entre frases diametralmente
lançadas ao vento retiro
oposições: das guerras
recebo as últimas horas
e trafego no extremo anel
de angulações e raios
sou oposto raio fúlgido
de desesperanças: o apagar
das luzes.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
TEMPO FEITO
Sei fazer. Faço
a canção inerente
ao amor emocionado
desfaço a hora
da leitura e nos textos
guardo letras
inerentes ao fogo
consumido
sei fazer: desfeito
me reapresento
ao tempo
e o tempo
existe.
(Pedro Du Bois, inédito)
a canção inerente
ao amor emocionado
desfaço a hora
da leitura e nos textos
guardo letras
inerentes ao fogo
consumido
sei fazer: desfeito
me reapresento
ao tempo
e o tempo
existe.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
RENASCER
Renascido, reapresenta o velho
corpo e o diz novo: come do prato
o pouco da necessidade e bebe
na taça o muito da vaidade: refaz
o caminho das lembranças. Ao novo
cabem conhecimentos antecipados.
Aos velhos faltam razões. Considera
a oportunidade e leva o corpo
ao banho: a água tépica entorpece,
a espuma amortece, o perfume
ilude, a sujeira permanece.
Realimenta a fera encoberta
ao render graças: abraça
os próximos ao aliviar
o rosto em tormento: renasce
na conta de não ter existido.
(Pedro Du Bois, inédito)
corpo e o diz novo: come do prato
o pouco da necessidade e bebe
na taça o muito da vaidade: refaz
o caminho das lembranças. Ao novo
cabem conhecimentos antecipados.
Aos velhos faltam razões. Considera
a oportunidade e leva o corpo
ao banho: a água tépica entorpece,
a espuma amortece, o perfume
ilude, a sujeira permanece.
Realimenta a fera encoberta
ao render graças: abraça
os próximos ao aliviar
o rosto em tormento: renasce
na conta de não ter existido.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
ENCONTRO
O homem imóvel diante da porta
não responde ao cumprimento
sabe do momento
que se aproxima
reconhece na mulher
de passos rápidos
o encontro
imóvel diante da porta
o homem entende
o lamento subsequente
no bolso repousa a moeda
para o pagamento da viagem
na mão o lenço
com que enxugará
a lágrima de quem fica
a mulher se detém diante dele
e nada fala.
(Pedro Du Bois, inédito)
não responde ao cumprimento
sabe do momento
que se aproxima
reconhece na mulher
de passos rápidos
o encontro
imóvel diante da porta
o homem entende
o lamento subsequente
no bolso repousa a moeda
para o pagamento da viagem
na mão o lenço
com que enxugará
a lágrima de quem fica
a mulher se detém diante dele
e nada fala.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 11 de dezembro de 2011
ESCREVER
Ouve a música
o vento atravessa
ares: descoberto
sofre o conhecimento
e da música
aguarda o contexto
ouve a música: lembra
o tempo refeito em cinzas
de pensamentos
no ar a música espaceja
e se dilui em tons
insensatos.
(Pedro Du Bois, inédito)
o vento atravessa
ares: descoberto
sofre o conhecimento
e da música
aguarda o contexto
ouve a música: lembra
o tempo refeito em cinzas
de pensamentos
no ar a música espaceja
e se dilui em tons
insensatos.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
CONCRETAR
Resseco a planta duradoura
desmancho canteiros
cubro a terra no concreto
mundo do progresso
a terra permancece
na pedra introduzida
em veios de sapatas
a folha
a flor
a essência
o perfume.
(Pedro Du Bois, inédito)
desmancho canteiros
cubro a terra no concreto
mundo do progresso
a terra permancece
na pedra introduzida
em veios de sapatas
a folha
a flor
a essência
o perfume.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
EXATO
Sou a forma exata
da correção formada
na deformação
repilo o incidente
e jogo pela janela
o pássaro desalmado
que invade o quarto
atrapalho o sistema
na elucidação da fala
e digo o que bem entendo
sinto sobre a face o vento
vindo de lá sei onde
porque não assisto
à previsão do tempo
sou a forma exata
na forma afirmativa
da desinformação
repito o ocidente
em viagens intercaladas
aos montes pascais
aproximo incidentes
na consequência
de ensimesmadas paixões
e me faço tolo
de aonde for e vier
sensibilizo o tema
entregue no capítulo
posterior da entrega
e da revelação
sou a forma exata
na afirmação erétil
do projeto canibalesco
da antropofagia
revejo a consciência
mnemônica no tanto
que ouço falar
em sangues e punhais
aliso a fronte em sensações
abatidas dos cansaços
decorrentes do andar
sereno o ânimo do profeta
e alerto o passado
reaberto em inquisições
do que está acertado
sou a forma exata
aproximada ao ato
no embalar a criança
recém nascida
no beço adormecido
de quem sempre faz
remexo em vespas
ao relento
no ferrão instalado
ao me fazer soldado
orador e pai
avivo a pedra
extraída ao veio
cristalizado em tempos
imemoriais
seleciono na companhia
o gesto com que gesto
a fama de mau rapaz
sou a forma exata
na inexatidão do instante
perpetuado ao início.
(Pedro Du Bois, inédito)
da correção formada
na deformação
repilo o incidente
e jogo pela janela
o pássaro desalmado
que invade o quarto
atrapalho o sistema
na elucidação da fala
e digo o que bem entendo
sinto sobre a face o vento
vindo de lá sei onde
porque não assisto
à previsão do tempo
sou a forma exata
na forma afirmativa
da desinformação
repito o ocidente
em viagens intercaladas
aos montes pascais
aproximo incidentes
na consequência
de ensimesmadas paixões
e me faço tolo
de aonde for e vier
sensibilizo o tema
entregue no capítulo
posterior da entrega
e da revelação
sou a forma exata
na afirmação erétil
do projeto canibalesco
da antropofagia
revejo a consciência
mnemônica no tanto
que ouço falar
em sangues e punhais
aliso a fronte em sensações
abatidas dos cansaços
decorrentes do andar
sereno o ânimo do profeta
e alerto o passado
reaberto em inquisições
do que está acertado
sou a forma exata
aproximada ao ato
no embalar a criança
recém nascida
no beço adormecido
de quem sempre faz
remexo em vespas
ao relento
no ferrão instalado
ao me fazer soldado
orador e pai
avivo a pedra
extraída ao veio
cristalizado em tempos
imemoriais
seleciono na companhia
o gesto com que gesto
a fama de mau rapaz
sou a forma exata
na inexatidão do instante
perpetuado ao início.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
CONTROVERSO
No centro a controvérsia instala o medo
do desconhecido: a contestação prepondera
sobre o objeto: a vida apropriada submete
o instante: mágica sobreposta ao tímido
sorriso da moça em afazeres: irritado
pai compreende tarde a vontade
dos filhos: controverso o tema flui
inócuo: resulta vazio: descaracterizado
aos ouvidos surdos dos interlocutores.
Esperar a malícia do convencimento
iludir os fatos transformando coragem
em atos benfazejos: no centro esvazio
a ideia da perda: espero.
(Pedro Du Bois, inédito)
do desconhecido: a contestação prepondera
sobre o objeto: a vida apropriada submete
o instante: mágica sobreposta ao tímido
sorriso da moça em afazeres: irritado
pai compreende tarde a vontade
dos filhos: controverso o tema flui
inócuo: resulta vazio: descaracterizado
aos ouvidos surdos dos interlocutores.
Esperar a malícia do convencimento
iludir os fatos transformando coragem
em atos benfazejos: no centro esvazio
a ideia da perda: espero.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 3 de dezembro de 2011
TEMPESTADE
O tempo fechado
em tempestade
abre fresta
ao relâmpago
cortado na incerteza
da passagem
o barulho ao longe
desperta sentidos
de vidas inertes
sob os escombros
concretados dos abrigos
a chuva lava a terra
levada na sobrevivência
exposta no sacrilégio
da palavra dita
em desespero e medo
o tempo fechado na passagem
invade o ânimo e se deposita
por inteiro.
(Pedro Du Bois, inédito)
em tempestade
abre fresta
ao relâmpago
cortado na incerteza
da passagem
o barulho ao longe
desperta sentidos
de vidas inertes
sob os escombros
concretados dos abrigos
a chuva lava a terra
levada na sobrevivência
exposta no sacrilégio
da palavra dita
em desespero e medo
o tempo fechado na passagem
invade o ânimo e se deposita
por inteiro.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
RETIRAR
De cada morte
retiro
a vida
analiso
em nomes
datas
dizeres
e assinaturas
na última vontade
inconsciente
entendo as razões
do silêncio
em cada morte deposito
flores recontadas.
(Pedro Du Bois, inédito)
retiro
a vida
analiso
em nomes
datas
dizeres
e assinaturas
na última vontade
inconsciente
entendo as razões
do silêncio
em cada morte deposito
flores recontadas.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
IRREFLETIDO/IRREFLECTIT - o poema e sua versão
IRREFLETIDO
Não me reflito
ao cobrir o vidro
com espelhos
metalizo a vontade
inaudita de ser visto
resisto ao espaço
e cedo o corpo
em sacrifício.
Opaco: embaço
a vista.
(Pedro Du Bois, inédito)
--------------------------------
IRREFLECTIT
No em reflectisc
en cobrir el vidre
amb espills
metal·litze la voluntat
inaudita de ser vist
resistisc a l'espai
i cedisc el cos
em sacrifíci.
Opac: entele
la vista.
(Versão para o catalão, gentileza do poeta Pere Bessó i Gonzáles;
http://perebesso.blogspot.com)
terça-feira, 29 de novembro de 2011
EM BRANCO
Apago na folha a confissão inodora
do planeta: azul, disse o astronauta,
e no espaço espalho dizeres
inconsistentes - discursos alheios
à paz exterior dos corpos - confiados
aos segredos. Avio a receita e descubro
doenças no corpo disposto ao leito: dói
em doenças inerentes aos amantes.
A folha em branco é morte sobredita
em vírgula desconsiderada, altares
opostos aos deuses em dizeres
transeuntes: ao povo incrédulo
cabem preces e seguir adiante
sem hora para o regresso: estanque
predito como espera e esperança.
Reescrevo o texto exemplificando
a cólera dos passantes: palavras
sobrepostas (antepostas) no coro
da tristeza. Leio o escrito ao povo
do lugar no silêncio solerte do cansaço.
(Pedro Du Bois, inédito)
do planeta: azul, disse o astronauta,
e no espaço espalho dizeres
inconsistentes - discursos alheios
à paz exterior dos corpos - confiados
aos segredos. Avio a receita e descubro
doenças no corpo disposto ao leito: dói
em doenças inerentes aos amantes.
A folha em branco é morte sobredita
em vírgula desconsiderada, altares
opostos aos deuses em dizeres
transeuntes: ao povo incrédulo
cabem preces e seguir adiante
sem hora para o regresso: estanque
predito como espera e esperança.
Reescrevo o texto exemplificando
a cólera dos passantes: palavras
sobrepostas (antepostas) no coro
da tristeza. Leio o escrito ao povo
do lugar no silêncio solerte do cansaço.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 27 de novembro de 2011
ESPERA
O que espera: o horário oficial
dita passos apressados
no trabalho
o intervalo estressado
em conversas
ocas
desespera o dia perdido
em casa e anseia o recomeço
na luz esparramada
acorda: a voz oficial
determina o projeto
inconsumível
em todos os dias.
(Pedro Du Bois, inédito)
dita passos apressados
no trabalho
o intervalo estressado
em conversas
ocas
desespera o dia perdido
em casa e anseia o recomeço
na luz esparramada
acorda: a voz oficial
determina o projeto
inconsumível
em todos os dias.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
EPOPEIA
Na jornada
épica do descobrimento
(duplo desencanto)
da terra finita
e do escorbuto
dos tiros trovejados
e dos animais silvestres
dos homens sanguinários
e dos aborígenes reencontrados
encoberta história sob o manto
do desenvolvimento: a mentira recontada
como epopeia reflete sombrias figuras
desproporcionais aos feitos: o metal
temporiza o afã com que as pedras
circulam em jóias menores.
(Pedro Du Bois, inédito)
épica do descobrimento
(duplo desencanto)
da terra finita
e do escorbuto
dos tiros trovejados
e dos animais silvestres
dos homens sanguinários
e dos aborígenes reencontrados
encoberta história sob o manto
do desenvolvimento: a mentira recontada
como epopeia reflete sombrias figuras
desproporcionais aos feitos: o metal
temporiza o afã com que as pedras
circulam em jóias menores.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
MARGENS
Entre margens, coragem, esforço,
desforço, razões exatas, leito,
corpo desfeito em lágrimas
o amor amplificado em gostos
de primeiras carícias. Estrada
percorrida no que é contado
história recontada de outra margem
acima, ao lado, abaixo, a pedra
no caminho, águas lentas, a frieza
dos amores terminam: acabam
na marginalidade do ocaso, o nome
citado exemplo. O bom exemplar
da música ao longe, tambores, oboés,
o violino marginaliza o estrondo
dos canhões destruídos em finais.
(Pedro Du Bois, inédito)
desforço, razões exatas, leito,
corpo desfeito em lágrimas
o amor amplificado em gostos
de primeiras carícias. Estrada
percorrida no que é contado
história recontada de outra margem
acima, ao lado, abaixo, a pedra
no caminho, águas lentas, a frieza
dos amores terminam: acabam
na marginalidade do ocaso, o nome
citado exemplo. O bom exemplar
da música ao longe, tambores, oboés,
o violino marginaliza o estrondo
dos canhões destruídos em finais.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
COLEGIAL
Abraços
e beijos juras eternas
de amizade e paixão
caderno preenchido em sonhos
o primeiro porre embebedado
na angústia de nos fazermos
estéreis vidas: aceno ajuizado
na incerteza de sermos os mesmos
no passar dos anos
instantes
na falta de memória
na falta de contato
na falta de afinidade: no tempo
justo da igualdade nos tornamos
diversos em caminhos opostos
paralelos
confluentes
no olhar antes da porta aberta.
(Pedro Du Bois, inédito)
e beijos juras eternas
de amizade e paixão
caderno preenchido em sonhos
o primeiro porre embebedado
na angústia de nos fazermos
estéreis vidas: aceno ajuizado
na incerteza de sermos os mesmos
no passar dos anos
instantes
na falta de memória
na falta de contato
na falta de afinidade: no tempo
justo da igualdade nos tornamos
diversos em caminhos opostos
paralelos
confluentes
no olhar antes da porta aberta.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 19 de novembro de 2011
AGUARDAR
Não aguardo
a mudança oficial
das regras
arremeto o verbo
em destempero
e não me guardo
como profeta
ascético
ou eremita absorto
sobre a pedra
estou além do vento
e retiro
o corpo em constante
atraso
oficialmente me desconheço
e a lei aproximada
conduz o texto
em recesso.
(Pedro Du Bois, inédito)
a mudança oficial
das regras
arremeto o verbo
em destempero
e não me guardo
como profeta
ascético
ou eremita absorto
sobre a pedra
estou além do vento
e retiro
o corpo em constante
atraso
oficialmente me desconheço
e a lei aproximada
conduz o texto
em recesso.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
CENTRO
Sendo o centro
sofre com as modificações
menores: raça submetida
ao cansaço do trabalho diário,
espaço invadido por insetos
vários, o melhor pedaço consumido
pelo inimigo, vontade insaciável
de ser presente, a súbita morte.
No que se transforma, perde a identidade
caótica de ser humano: desconhece
a dimensão arbitrária onde se encontra.
Sendo o centro, não percebe as bordas
e vaga o vazio onde se incomoda.
Sobre o universo pairam dúvidas
de acobertamentos: o centro
se distancia em tempos aproximados.
(Pedro Du Bois, inédito)
sofre com as modificações
menores: raça submetida
ao cansaço do trabalho diário,
espaço invadido por insetos
vários, o melhor pedaço consumido
pelo inimigo, vontade insaciável
de ser presente, a súbita morte.
No que se transforma, perde a identidade
caótica de ser humano: desconhece
a dimensão arbitrária onde se encontra.
Sendo o centro, não percebe as bordas
e vaga o vazio onde se incomoda.
Sobre o universo pairam dúvidas
de acobertamentos: o centro
se distancia em tempos aproximados.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 15 de novembro de 2011
DOR
Não faço da dor
tema
tremo suplícios
conheço do carrasco
a mão: látego
sobre as costas
lanha a pele
o couro guarda
a imprecisão do autor
dói como saudade
sangrenta no início
dói como silêncio
impossível no gemido
dói como terra
na descoberta
o tema esvai o corpo
ao relento. E basta.
(Pedro Du Bois, inédito)
tema
tremo suplícios
conheço do carrasco
a mão: látego
sobre as costas
lanha a pele
o couro guarda
a imprecisão do autor
dói como saudade
sangrenta no início
dói como silêncio
impossível no gemido
dói como terra
na descoberta
o tema esvai o corpo
ao relento. E basta.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Progresso/Progrés: duas versões para o mesmo poema
PROGRESSO
Ser a madrugada
do tempo
anoitecido: barbarizar
o desconhecimento
em novas ciências
cientificar
a desnecessidade
de estar vivo
ser a divulgação do próximo
desacontecimento e se apresentar
na plenitude com que o regresso
traz o medo.
(Pedro Du Bois, inédito)
PROGRÉS
Ser la matinada
del temps
fet nit: barbaritzar
el desconeixement
em noves ciències
cientificar
la innecessarietat
de ser viu
ser la divulgació del proper
desesdeveniment i presentar-se
en la plenitud com que el regrés
du la por.
(Versão para o catalão, gentileza do poeta Pere Bessó i Gonzáles;
http://perebesso.blogspot.com)
domingo, 13 de novembro de 2011
PROIBIDO
Respondo ao gesto
toco seu corpo
com os olhos
olho o detalhe do decote
corto a fração permitida
antes mude o cenário
passo entre o nada
e contemplo o permitido
permito o gesto
na afeição
ao fato proibido.
(Pedro Du Bois, inédito)
toco seu corpo
com os olhos
olho o detalhe do decote
corto a fração permitida
antes mude o cenário
passo entre o nada
e contemplo o permitido
permito o gesto
na afeição
ao fato proibido.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
FOME
Prova a comida, sente no gosto
o retorno onde a fome se alimenta
das lembranças; passos apressados
adjetivam a ânsia pelo reencontro
prova na comida a maneira
gentil de ser alçado ao fundo
da inconsequência; faz sentido
estar alimentado em murmúrios
repele o prato colocado ao centro
e aguarda, outro dia aceitará o mérito
descozido dos aplausos e saciará
a fome anterior do reconhecimento.
(Pedro Du Bois, inédito)
o retorno onde a fome se alimenta
das lembranças; passos apressados
adjetivam a ânsia pelo reencontro
prova na comida a maneira
gentil de ser alçado ao fundo
da inconsequência; faz sentido
estar alimentado em murmúrios
repele o prato colocado ao centro
e aguarda, outro dia aceitará o mérito
descozido dos aplausos e saciará
a fome anterior do reconhecimento.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
CORPO E ESPÍRITO
No âmago
o espírito
nega o corpo
desfaz o sentido
repousado da calma
e o transforma
na minúcia
dos dias
no extremo
o corpo
nega o espírito
refaz o caminho materializado
e se consome em dúvidas
ao largo do processo
o espírito
repete o corpo
e termina.
(Pedro Du Bois, inédito)
o espírito
nega o corpo
desfaz o sentido
repousado da calma
e o transforma
na minúcia
dos dias
no extremo
o corpo
nega o espírito
refaz o caminho materializado
e se consome em dúvidas
ao largo do processo
o espírito
repete o corpo
e termina.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
QUANDO
Quando chegar a forma
inconsútil dos horários estará
junto ao barulho dos pássaros
soltos em gaiolas de horizontes:
matéria prima utilizada
no sempre da necessidade
de fora assiste
a luta internalizada dos profetas
a desdizerem passados
escurecerem
futuros desagregados em ascetas
deforma o tempo e embaça
a voz difusa da visão menor:
entorna o líquido
sobre os passos
e salga a terra
a matéria utiliza o tempo
em reformas e das previsões
ressoam músicas antepassadas
no barulho incessante
do que permanece.
(Pedro Du Bois, inédito)
inconsútil dos horários estará
junto ao barulho dos pássaros
soltos em gaiolas de horizontes:
matéria prima utilizada
no sempre da necessidade
de fora assiste
a luta internalizada dos profetas
a desdizerem passados
escurecerem
futuros desagregados em ascetas
deforma o tempo e embaça
a voz difusa da visão menor:
entorna o líquido
sobre os passos
e salga a terra
a matéria utiliza o tempo
em reformas e das previsões
ressoam músicas antepassadas
no barulho incessante
do que permanece.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 5 de novembro de 2011
TRAÇO
No esforço
esboço o traço
descrevo em desenhos
arcos
parabólicos de descobertas
entendimento sobreposto ao vento
veto
vetor
vasto descobrir
em desenhos anunciados
no esforço com que o traço
se completa sobre a folha
arcos
ascos
desespero sobreposto ao veto
na revelação do sofrimento
do traço
esboçado
ao todo: papel
disposto sobre a mesa.
(Pedro Du Bois, inédito)
esboço o traço
descrevo em desenhos
arcos
parabólicos de descobertas
entendimento sobreposto ao vento
veto
vetor
vasto descobrir
em desenhos anunciados
no esforço com que o traço
se completa sobre a folha
arcos
ascos
desespero sobreposto ao veto
na revelação do sofrimento
do traço
esboçado
ao todo: papel
disposto sobre a mesa.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
SEPARAR
O fundo do quintal em árvores
infrutíferas: cardo, travo, a treva
da passagem bloqueia a hora
iluminada do caminho. O muro
separa propriedades e instala a diferença
fronteiriça da discórdia: elemento
da conquista exposto em pedras
empilhadas. O domínio da salvaguarda
e a extensão do ódio reprimido:
pegar a pedra e colocar sobre
a pedra anterior ao fechar a vista,
revoltar os olhos aos poentes
apagados em convivências. Do fundo
do quintal até a casa residem ideias
absurdas de tormentas: sobre a pedra
os olhos do menino contemplam
o mundo imaginário da vaidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
infrutíferas: cardo, travo, a treva
da passagem bloqueia a hora
iluminada do caminho. O muro
separa propriedades e instala a diferença
fronteiriça da discórdia: elemento
da conquista exposto em pedras
empilhadas. O domínio da salvaguarda
e a extensão do ódio reprimido:
pegar a pedra e colocar sobre
a pedra anterior ao fechar a vista,
revoltar os olhos aos poentes
apagados em convivências. Do fundo
do quintal até a casa residem ideias
absurdas de tormentas: sobre a pedra
os olhos do menino contemplam
o mundo imaginário da vaidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 1 de novembro de 2011
DESPROPÓSITO
Ao despropósito
das pedras preciosas:
raras jóias
deslumbradas
em noivos
- estar junto ao evento
no portar da hora: jóias
irreais posicionadas
ao acaso -
raras jóias
em noivos
deslumbrados
pedras preciosas
são o despropósito.
(Pedro Du Bois, inédito)
das pedras preciosas:
raras jóias
deslumbradas
em noivos
- estar junto ao evento
no portar da hora: jóias
irreais posicionadas
ao acaso -
raras jóias
em noivos
deslumbrados
pedras preciosas
são o despropósito.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
TÂNIA
Em teu corpo
repousa o espectro
da renovação da vida
deusa terrestre
da conquista
avessa ao sacrifício
sabes deduzir a espera
e alimentar a vez
posta como fera
encaras o sentido
onde me guardo
e aguardas de mim
o que encerro
teu corpo seduz
o instante: o bastante
e o justo querer
do que me resta
resto em ti na diagonal
do espanto: és corpo
descoberto na espera anteposta.
(Pedro Du Bois, inédito)
repousa o espectro
da renovação da vida
deusa terrestre
da conquista
avessa ao sacrifício
sabes deduzir a espera
e alimentar a vez
posta como fera
encaras o sentido
onde me guardo
e aguardas de mim
o que encerro
teu corpo seduz
o instante: o bastante
e o justo querer
do que me resta
resto em ti na diagonal
do espanto: és corpo
descoberto na espera anteposta.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 23 de outubro de 2011
NOME
O nome identifica
o nome dito
o nome chamado
o nome exposto no edital de citação
o nome repetido no reconhecimento
a família
a rua
a casa
o lugar
o nome concentra a tensão
onde se esclarecem questões
as questões não têm nome.
(Pedro Du Bois, inédito)
o nome dito
o nome chamado
o nome exposto no edital de citação
o nome repetido no reconhecimento
a família
a rua
a casa
o lugar
o nome concentra a tensão
onde se esclarecem questões
as questões não têm nome.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
TEMPO
Tempo necessário: lembranças
sobrevivem aos fatos
deturpados em versões
invertem verdades
remetem o gosto
ao desgosto
das paixões esmaecidas
sobram letras condoídas
na canção: gosto etílico
noites se alongam
em mistério: o desconhecido
paga a conta e se retira
fatos permanecem
em copos translúcidos
a visão embaça.
(Pedro Du Bois, inédito)
sobrevivem aos fatos
deturpados em versões
invertem verdades
remetem o gosto
ao desgosto
das paixões esmaecidas
sobram letras condoídas
na canção: gosto etílico
noites se alongam
em mistério: o desconhecido
paga a conta e se retira
fatos permanecem
em copos translúcidos
a visão embaça.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
LIVROS
Desde que os livros estejam
nas mãos acertadas
em leituras: o texto
oferece ao outro
o destino em papel
de recados
aos livros segurados em estantes
contemplada ociosidade do espaço
em letras atentas
aos assuntos: nomes desconsiderados
repousam histórias de mitificação
as mãos retidas em livros condensam
ideias no extremo da coragem: meses
menores na vagareza da brisa
acrescentada: a leitura amena
na ficção acobertada
das verdades.
(Pedro Du Bois, inédito)
nas mãos acertadas
em leituras: o texto
oferece ao outro
o destino em papel
de recados
aos livros segurados em estantes
contemplada ociosidade do espaço
em letras atentas
aos assuntos: nomes desconsiderados
repousam histórias de mitificação
as mãos retidas em livros condensam
ideias no extremo da coragem: meses
menores na vagareza da brisa
acrescentada: a leitura amena
na ficção acobertada
das verdades.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
DIÂMETRO
Diâmetro: a realidade não se acoberta
responde pelo exato
ao acerto das contagens
no estado primário
do ponto de fixação:
a distância aponta
sua metragem
o início o meio o fim
o fio tecido e trançado
por conta da distância percorrida
no beneplácito das promessas
o diâmetro se mostra confuso:
o tempo recompõe
a excelência da amostragem
no que quantifica
a identificação da hora
em que noticias se expandem
no trajeto e fios seguram
o destino.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 15 de outubro de 2011
ONDE
Onde está a praia descrita
pelos pescadores antigos
onde está a cidade de Londres
que não conheço: de onde vem
as informações imprecisas nos versos
do poeta que não está lá:
e não está Londres no lugar de sempre
que cidades mudam seus lugares
quando as levamos conosco
em nossas imobilidades
onde está a praia recordada
pelos pescadores. Seus filhos
perguntam sobre a praia
desconhecida em histórias
onde está a cidade de Londres
se Londres está
onde não estou.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
NÃO FAZER
Não me faço alegórico atrás de passados refeitos
em nenhuma glória: de graça o bagaço requer
o grito onde me acordo em sede de saberes:
sei do estudo do ensino do conhecer a história
dispensada em aspas de citações corretas e dos dias
surpreendentes dos mal entendidos: não me faço franco
o suficiente para acabar com as formalidades diárias
dos acontecimentos; estou presente ao histórico ato
conflagrado em tiros e discussões estéreis: as cartas
do baralho dispostas sobre a mesa contam passados
apunhalados em alegorias de discursos encadernados
sem ordenação: folhas soltas recriam ventos totais
nos horários desconcertados; não me faço apresentável
no trabalho unilateral dos desconsolos, ao diário
deixo o registro de ir embora no silêncio do encontro:
esquecer o texto soletrado no pouco tempo do estágio
reduzido em anos de esconderijos cofres e celas abertas
nas despedidas: não me faço benfazejo das horas
definitivas; não sou o escolhido ao recato do tesouro
de que me despeço sem outro olhar de quem faz contas.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 11 de outubro de 2011
LIBERDADE
Vejo livre de ofensas
oferecido ao limbo
bicho costurado
ao corpo
escopo
de razões adversas
libertado
em versos
no corpo
na desintegração
da rede destecida em espaços
a liberdade
conquistada ao tempo
onde se expandem
luzes energizadas.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 9 de outubro de 2011
BELEZA
Para que tudo (a paisagem
a passagem
o olhar
o estar) fique
como queremos
o trabalho
se faz barulhento
irritante
impertinente
se faz barulhento
irritante
impertinente
ao olhar
ao escutar
ao sentir no ar
a tensão das mãos
o gesto dos braços
o suor pelo corpo
a poluição nos olhos
(dispostos em linhas sucessivas
disparamos contra os inimigos
que revidam aos nossos gestos
em pé de igualdade).
ao escutar
ao sentir no ar
a tensão das mãos
o gesto dos braços
o suor pelo corpo
a poluição nos olhos
(dispostos em linhas sucessivas
disparamos contra os inimigos
que revidam aos nossos gestos
em pé de igualdade).
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
DOMESTICAR
Cavalgar o animal: acinte
em que nos fazemos hábeis
e indóceis na conquista
a supremacia
reflete a morte
na absorção dos fatos
ter as esporas
o laço
o cabresto
o buçal
fazer do animal o zeramento
da incógnita
dar-lhe comida
água
e abrigo.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
OUSAR
Ainda não ouso tocar
a essência do movimento: teso,
aguardo do vento a ventura
de estar presente
criança, anseio a velhice
no grito atravessado
ao poente
posso não estar certo
do momento, anseio
estar junto e coerente
no físico brilhar
da estrela
ouso o toque serpenteado
da verdade: arremesso a pedra
e aguardo
o toque surdo
dos encontros.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
NORMALIDADE
Da normalidade do acaso
aos oferecimentos e ocasos
sei como afirmar o tempo
desnecessário de onde retiro
a anormalidade dos fatos
sobre o espaço do corpo
na sofreguidão da hora sei
da intenção singela do homem
perseguindo suas saudades,
do desencontro na lembrança
dos desacertos
perdido em pensamentos
irrealizáveis e de estar aqui sentado
a normalidade predispõe entregas enfatizadas
em regras encobertas aos que veem de fora
engano o próximo na solicitude do acordo
e me desfaço em inconsequências;
ao acaso confio a anormalidade
e do caos retiro a sequência dos ocasos.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
SEGREDO
Não me ofereçam
segredos
em troca
no mistério
residem
as contemplações
ver
e ouvir
ter medo e resistir
segredos revelados
se apresentam
inócuos
e esmaecem na rapidez
do atalho
das respostas.
(Pedro Du Bois, inédito)
segredos
em troca
no mistério
residem
as contemplações
ver
e ouvir
ter medo e resistir
segredos revelados
se apresentam
inócuos
e esmaecem na rapidez
do atalho
das respostas.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
BONDADE
Sua bondade
ofende: reparte o pão
na comunhão do almoço
repete o gesto
alcança o rosto
ao carrasco
altera o significado da palavra
e luta no pressuposto
da batalha
a ofensa invade o espírito
e se faz vingança
na despedida dardeja
esperas e se faz sentido
sentimento
sentimental
razão do anonimato.
(Pedro Du Bois, inédito)
ofende: reparte o pão
na comunhão do almoço
repete o gesto
alcança o rosto
ao carrasco
altera o significado da palavra
e luta no pressuposto
da batalha
a ofensa invade o espírito
e se faz vingança
na despedida dardeja
esperas e se faz sentido
sentimento
sentimental
razão do anonimato.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
CRESPÚSCULO
Ao crespúsculo ofereço
a luz
arrefecida
e aos amantes
internalizo o vazio
do escuro olho
que me avista
esqueço a briga anterior
e preparo a próxima luta
enluto a arena
em sangue derramado
no crepúsculo do espetáculo
evito os aplausos e me faço
em escuros textos de erráticos
seres abandonados: aos amantes
ofereço o líquido, o sono
amedrontado e o desarmado corpo.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 24 de setembro de 2011
MEU PAI
Caminho entre túmulos
dispostos
em flores
fitas
datas
e dizeres de adeus
e permanência
arranco do solo o inço
que viceja
vou embora sem encontrar
você
além de túmulos
fotos
flores
e inços vicejantes.
(Pedro Du Bois, inédito)
dispostos
em flores
fitas
datas
e dizeres de adeus
e permanência
arranco do solo o inço
que viceja
vou embora sem encontrar
você
além de túmulos
fotos
flores
e inços vicejantes.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
EMOÇÕES
Afasto a emoção e na frieza da noite
escureço
o caminho
e não sinto
não pressinto
não percebo
não me comprometo
o distanciamento
me leva ao enlevo
e através das horas
me afasto
e não percebo
a emoção perdura entre os dedos
na sensação da ausência
afasto o sentimento e sufoco
a sensação
emotiva
do presente.
(Pedro Du Bois, inédito)
escureço
o caminho
e não sinto
não pressinto
não percebo
não me comprometo
o distanciamento
me leva ao enlevo
e através das horas
me afasto
e não percebo
a emoção perdura entre os dedos
na sensação da ausência
afasto o sentimento e sufoco
a sensação
emotiva
do presente.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 20 de setembro de 2011
AUSENTES
Sento com os meus
e presto atenção no silêncio:
nas palavras não ditas
nos gestos não esboçados
na apatia que nos cerca
nos olhos presos
na tela
iluminada
as luzes confundem as pessoas
e as acostumam
em ausências.
(Pedro Du Bois, inédito)
e presto atenção no silêncio:
nas palavras não ditas
nos gestos não esboçados
na apatia que nos cerca
nos olhos presos
na tela
iluminada
as luzes confundem as pessoas
e as acostumam
em ausências.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 18 de setembro de 2011
TERRITÓRIOS
Rasga a bandeira
e se declara: anônimo
ser desterrado - na terra
seca de saúde, saúda
o pedaço conflagrado
e o arremessa ao vento
o território demarcado
aprisiona: dentro e fora
a bandeira integra o rito
do aprendizado
e o contempla
em margem
demarcada
desmarca o território
e o integra
à totalidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
e se declara: anônimo
ser desterrado - na terra
seca de saúde, saúda
o pedaço conflagrado
e o arremessa ao vento
o território demarcado
aprisiona: dentro e fora
a bandeira integra o rito
do aprendizado
e o contempla
em margem
demarcada
desmarca o território
e o integra
à totalidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
CALORES
No calor do corpo
enregelo o abraço
mãos antepostas
aos dedos
em ultrapassagens
sinto no frio
a quietude
em que me transformo
no olhar disposto
ao contato
no calor do corpo
sustento o encontro
mãos atravessadas
em gestos
de promessas.
(Pedro Du Bois, inédito)
enregelo o abraço
mãos antepostas
aos dedos
em ultrapassagens
sinto no frio
a quietude
em que me transformo
no olhar disposto
ao contato
no calor do corpo
sustento o encontro
mãos atravessadas
em gestos
de promessas.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
VER
Contemplo a morte
presente
pressente
aparente
não a verdadeira morte
nauseabunda
(a gata prenhe e gorda
sobre a relva em busca
do espaço perdido
na fertilidade)
contenho a morte
no instante referente
e a congelo
em imagens
(não a gata, preta e branca
gorda e prenhe)
convivo na morte
anunciada em nascimento.
(Pedro Du Bois, inédito)
presente
pressente
aparente
não a verdadeira morte
nauseabunda
(a gata prenhe e gorda
sobre a relva em busca
do espaço perdido
na fertilidade)
contenho a morte
no instante referente
e a congelo
em imagens
(não a gata, preta e branca
gorda e prenhe)
convivo na morte
anunciada em nascimento.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
VEJO
O divisar da terra: o animal se alimenta da pobreza
e na aparência disforme dos corpos se delicia na incerteza
de que o próximo será a vítima circunstancial
da fome; terror estabelecido como norma:
política instilada no medo
do terror acobertado ao tolo
sentimento do temor; o iniciar
da batalha nos olhos da profundeza
onde infernos se destacam
no caminhar sobre a grama;
não tenho medo, tenho a angústia
do final da tarde e sobre enigmas
e amuletos refaço gestos: o divisor
da terra veste roupas da época e sua voz
se destaca no ataque: cumprimentos
ecoam as visões. Tenho medo.
(Pedro Du Bois, inédito)
e na aparência disforme dos corpos se delicia na incerteza
de que o próximo será a vítima circunstancial
da fome; terror estabelecido como norma:
política instilada no medo
do terror acobertado ao tolo
sentimento do temor; o iniciar
da batalha nos olhos da profundeza
onde infernos se destacam
no caminhar sobre a grama;
não tenho medo, tenho a angústia
do final da tarde e sobre enigmas
e amuletos refaço gestos: o divisor
da terra veste roupas da época e sua voz
se destaca no ataque: cumprimentos
ecoam as visões. Tenho medo.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 10 de setembro de 2011
DESABRIGAR
Desabrigo a mosca enfadonha
em vida: alimento conspurcado
na ciência arredia dos amantes;
esmago a mosca e do visgo altero
o planeta em desdita: o dito
considerado prova na marca
deixada pela mosca; na parede
reside o restante inanimado
do inseto; na vida continuada
ao esmagar da mosca habita
o desabrigo: vivo no esmagamento
do homem em mosca, sem visgo;
o vigor do homem sobreposto
ao resquício: o som da televisão
ultrapassa o que vem de fora; sobre
a impressão do corpo da mosca
o pano retira a lembrança: o desabrigo
oferece consequências, a mosca morta.
(Pedro Du Bois, inédito)
em vida: alimento conspurcado
na ciência arredia dos amantes;
esmago a mosca e do visgo altero
o planeta em desdita: o dito
considerado prova na marca
deixada pela mosca; na parede
reside o restante inanimado
do inseto; na vida continuada
ao esmagar da mosca habita
o desabrigo: vivo no esmagamento
do homem em mosca, sem visgo;
o vigor do homem sobreposto
ao resquício: o som da televisão
ultrapassa o que vem de fora; sobre
a impressão do corpo da mosca
o pano retira a lembrança: o desabrigo
oferece consequências, a mosca morta.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
SOM
Ouço o som: aqui me demoro
em abraços
e sobre o parapeito
a janela se fecha
em estradas
do som recai o dia
anterior ao abraço
e retiro a amada
dos aconteceres
som: a ideia centralizada se desloca
ao fundo.
(Pedro Du Bois, inédito)
em abraços
e sobre o parapeito
a janela se fecha
em estradas
do som recai o dia
anterior ao abraço
e retiro a amada
dos aconteceres
som: a ideia centralizada se desloca
ao fundo.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 6 de setembro de 2011
MISTÉRIOS
O bolso repleto
de mistérios: inícios
guardados no alvoroço
da conquista - o que mais
pode fazer em cada uso -
na entrada da noite, entre o jantar
e o sono, contabiliza o sucesso
em formas diversas: retira
do bolso o mistério e o transforma
em formas conhecidas, acrescenta
em cada episódio a incerteza
do crescimento: longe atira
o papel picado, longe acerta
o parafuso sem a arruela, longe
destaca o cheiro amorfo do inseto,
longe se refugia do futuro.
(Pedro Du Bois, inédito)
de mistérios: inícios
guardados no alvoroço
da conquista - o que mais
pode fazer em cada uso -
na entrada da noite, entre o jantar
e o sono, contabiliza o sucesso
em formas diversas: retira
do bolso o mistério e o transforma
em formas conhecidas, acrescenta
em cada episódio a incerteza
do crescimento: longe atira
o papel picado, longe acerta
o parafuso sem a arruela, longe
destaca o cheiro amorfo do inseto,
longe se refugia do futuro.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 4 de setembro de 2011
SOBRE O MUNDO
Do umbigo do mundo
saem as conquistas.
Não os tímidos
os medrosos
os indicados
a olharem seus narcisos
incolores
e se lançarem ao mundo.
O mundo são meus umbigos
em revoltas.
(Pedro Du Bois, inédito)
saem as conquistas.
Não os tímidos
os medrosos
os indicados
a olharem seus narcisos
incolores
e se lançarem ao mundo.
O mundo são meus umbigos
em revoltas.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
SERES
Seres medem as consequências
dos atos praticados. Tarde. Tardio.
Tardiamente na contração das mãos
em algemas. Medem o exercício
da vida em frases de efeito. Medem
os defeitos dos vizinhos e se deixam
consumir em conversas vazias
de diariamente. Seres compreendem
a transformação da semente e a unicidade
do tempo. O espaço permanece nos olhos
fechados. Seres mentem sonhos.
(Pedro Du Bois, inédito)
dos atos praticados. Tarde. Tardio.
Tardiamente na contração das mãos
em algemas. Medem o exercício
da vida em frases de efeito. Medem
os defeitos dos vizinhos e se deixam
consumir em conversas vazias
de diariamente. Seres compreendem
a transformação da semente e a unicidade
do tempo. O espaço permanece nos olhos
fechados. Seres mentem sonhos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
ÂMAGO
Conhece do fato o sumo
e a sica
com que amarga
a boca
a resposta e a pergunta
diferenciadas
sentido gosto e o desgosto
da fruta inconsumível
no verde maduro
das paixões terminadas
sobre respostas aguarda
que as perguntas se completem
joga fora a casca
a semente
e o bagaço
não lhe interessam os sumos.
(Pedro Du Bois, inédito)
e a sica
com que amarga
a boca
a resposta e a pergunta
diferenciadas
sentido gosto e o desgosto
da fruta inconsumível
no verde maduro
das paixões terminadas
sobre respostas aguarda
que as perguntas se completem
joga fora a casca
a semente
e o bagaço
não lhe interessam os sumos.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 28 de agosto de 2011
ESCREVER
Escrevo o pouco
desnecessário
aos signos: sinalizo
a finalidade e me desdobro
em esquecimentos
ao precisar o objeto
o trajeto recua
encontros: palavras
não significam: fragmentos
de experiências reduzidas
no esquecimento
ouço sua voz
e a eternidade obra
a recompensa: escrever
é limite da frequência.
(Pedro Du Bois, inédito)
desnecessário
aos signos: sinalizo
a finalidade e me desdobro
em esquecimentos
ao precisar o objeto
o trajeto recua
encontros: palavras
não significam: fragmentos
de experiências reduzidas
no esquecimento
ouço sua voz
e a eternidade obra
a recompensa: escrever
é limite da frequência.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
FRIO E MEDO
Trazes o frio e o medo
com que te cercas
através dos tempos
és o barulho das ondas
que te alteram
os passos
para e espera
outro sussurro ouve
apura o passo
corre e passa
em frente ao vento
e aos gritos
espanta as sombras
com que o olimpo
se apresenta invisível
tantas vezes invocas os deuses
não é agora o encontro
entre frios e medos.
(Pedro Du Bois, inédito)
com que te cercas
através dos tempos
és o barulho das ondas
que te alteram
os passos
para e espera
outro sussurro ouve
apura o passo
corre e passa
em frente ao vento
e aos gritos
espanta as sombras
com que o olimpo
se apresenta invisível
tantas vezes invocas os deuses
não é agora o encontro
entre frios e medos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
VIDAS
dor deparada no prenúncio
fim instalado
surdo
camuflado
cronológico
implacável
luta aberta em batalhas perdidas
na mutilação e reposição
dos corpos
a reinvenção do corpo
no reaproveitamento das partes
dor escondida na desvirtuação dos sentidos
onde ondas são apagadas
da memória
ondas retornam em vagas
o corpo completa o ciclo
o fim permanece e aguarda
a sua chegada.
(Pedro Du Bois, inédito)
fim instalado
surdo
camuflado
cronológico
implacável
luta aberta em batalhas perdidas
na mutilação e reposição
dos corpos
a reinvenção do corpo
no reaproveitamento das partes
dor escondida na desvirtuação dos sentidos
onde ondas são apagadas
da memória
ondas retornam em vagas
o corpo completa o ciclo
o fim permanece e aguarda
a sua chegada.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 23 de agosto de 2011
MOMENTO
Estás aí, momento
em que a vida
se transforma
e na escuridão
se faz presente
és notícia transmitida
em seca esperança
tens o instante e o faz infinito
no sofimento anunciado posto folha
no chão do inverno que se apresenta
na tristeza companhante
do fim dos dias.
(Pedro Du Bois, inédito)
em que a vida
se transforma
e na escuridão
se faz presente
és notícia transmitida
em seca esperança
tens o instante e o faz infinito
no sofimento anunciado posto folha
no chão do inverno que se apresenta
na tristeza companhante
do fim dos dias.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
PALAVRAS
A palavra descerra o pensamento na imaginação da confirmação
do todo. Tudo tem o (pre-s)sentimento de estar aos pés
da natureza a incerteza consertada em alvores. Persigo a matéria
deletéria em construções originadas na semelhança entre o saber
e o conter (em si) do rasgo. Rasgar, sei - e soube -, deslumbra
a palavra em significados desorganizados. Meu pensamento
absorve o extrato
retirado do acaso
e o faz perene.
(Pedro Du Bois, inédito)
do todo. Tudo tem o (pre-s)sentimento de estar aos pés
da natureza a incerteza consertada em alvores. Persigo a matéria
deletéria em construções originadas na semelhança entre o saber
e o conter (em si) do rasgo. Rasgar, sei - e soube -, deslumbra
a palavra em significados desorganizados. Meu pensamento
absorve o extrato
retirado do acaso
e o faz perene.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 16 de agosto de 2011
O NOME PROVISÓRIO
Não falo sobre os nomes.
Acredito na felicidade dos fatos
recontados em mistério: a moral
confabula figuras no limite
da história
do histerismo
do hiato.
Desacredito desde criança
na hesitação do mistério.
(Pedro Du Bois, A PALAVRA DO NOME, 5, Edição do Autor)
Acredito na felicidade dos fatos
recontados em mistério: a moral
confabula figuras no limite
da história
do histerismo
do hiato.
Desacredito desde criança
na hesitação do mistério.
(Pedro Du Bois, A PALAVRA DO NOME, 5, Edição do Autor)
domingo, 14 de agosto de 2011
INEXATO
Inexata hora da chegada,
sem quadro de avisos nem aviso prévio.
Confuso tempo em que está agora
sem classificar seu ponto de espera.
Inexato espaço a ser ocupado
pelo corpo de todas as horas.
Carícias com mãos suaves
amaciadas em tantos tratos.
Inexato tempo em rubras horas
do antecipado ocaso do dia raso.
Noite de estrelas entre nuvens
rápidas sobre as cabeças.
Árdua tarefa de descansar o corpo.
Ideias de afetos
em malcriada
espera da alvorada.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
MARGEM
Margem
realidade crua
entre faixas
que se estendem
como cobertura.
Marginalizados
buscam caminhos
onde não tenham
de participar efetivamente.
Da margem
empurrados para longe
como se possível fosse.
Margem
pintura da miséria
em placas indicativas
que nada dizem.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
TALVEZ A FELICIDADE I
Talvez a felicidade esteja nos pequenos nãos
ditos uns aos outros
passagens de pouco aproveitamento
negam evidências de que podemos ser felizes
esgarçam relacionamentos em tantos sins
insinceros sins que não se realizam
promessas prometidas promessas.
Talvez a felicidade seja o buraco na porta
réstias de luz a cegar nãos malditos
ditos nas horas erradas de tormentas
encontros entre árvores petrificadas
taludes de sins inexistentes.
Talvez a felicidade nem exista
sonhos irrealizados em dias frios
de negativas afirmativas estorvando
caminhos nunca abertos para nós.
(Pedro Du Bois, inédito)
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
SILÊNCIOS
SILÊNCIOS
Tanto conversamos
em silêncio
seus olhos perguntam
respondo olhares
mágoas
tristezas
iras
raivas
surdas maneiras
de nos fazer entender
não estarmos juntos.
SILENCIS
Tant conversem
en silenci
els seus ulls pregunten
responc mirades
marques
tristeses
ires
ràbies
sordes maneres
de fer-nos entendre
sense estar junts.
(Pedro Du Bois, inédito; versão para o catalão, gentileza
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