segunda-feira, 3 de outubro de 2011

NORMALIDADE


Da normalidade do acaso
aos oferecimentos e ocasos
sei como afirmar o tempo
desnecessário de onde retiro
a anormalidade dos fatos

sobre o espaço do corpo
na sofreguidão da hora sei
da intenção singela do homem
perseguindo suas saudades,
do desencontro na lembrança
dos desacertos

perdido em pensamentos
irrealizáveis e de estar aqui sentado

a normalidade predispõe entregas enfatizadas
em regras encobertas aos que veem de fora

engano o próximo na solicitude do acordo
e me desfaço em inconsequências;

ao acaso confio a anormalidade 
e do caos retiro a sequência dos ocasos.

(Pedro Du Bois, inédito)

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