sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

POTE

Esvazia o pote
        na mágica
        recorrente
        das tramóias

treme sua mão no vento
e se dispõe ao caminhar
errante dos atrapalhos

ressurge em cada etapa
na descoberta da prata
do pagamento

     do pote vazio quer
     o aroma em bebidas
     evaporadas: a saliência onírica
     do passado, a queda esperada
     das notícias, o levar consigo
     a natureza morta

recorre à mágoa trancafiada
no desvão do espírito: a materialização
da hora na vingança.

(Pedro Du Bois, inédito)

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