domingo, 6 de outubro de 2013

CONSOLO E RAIVA

Tem em mim o consolo
e a raiva por perder seu tempo
em calmarias.

Quer o barulho no movimento
dos moinhos ante a tempestade.
O galo de prata rodopiando
no cinza escuro do horizonte.
A batida do sino em palavras
de quem quer ir embora.

Nos dias cinzentos de inverno
na sempiterna maneira de espiar
e entender o tempo
que não passa pela janela
em que o vidro permite a vista.

A visão atrapalha o consolo na raiva
do que identifica como seu e são meus
os retratos nas paredes de portas cerradas.

(Pedro Du Bois, inédito)

Nenhum comentário:

Postar um comentário