Sobre o mistério de eu ter vindo
no longo serpentear do caminho
ignaro e ignoto homem
eu sozinho
refeito em paisagens borradas
pelos olhos anteriores
eu distraído
esquecido de ser paragem
no horizonte
nas tênues - poucas -
luzes
eu trazido
em oferenda e oferta de carinhos
ensimesmado nos castigos
eu parido
em primavera longínqua e esquecida
de uma casa sob a rua
eu surgido
no minuto terço
eu nascido
não explicam as razões
eu estando
nem dizem que o amor esconde
o canto
em cantigas antigas
eu espanto
esperta criança
eu corrido
que aguarda nas noites
eu sofrido
a explicação do mistério e a finalidade
de ter vindo
e ter estado
eu aqui.
(Pedro Du Bois, inédito)
Anledningen
Há uma semana
Todos os caminhos são mistérios por desvendar
ResponderExcluirEnquanto o verso se escreve ensaiando A explicação
Sempre um prazer te ler
Abraço
Gratíssimo, Filipe, por mais esta visita. Abraços, Pedro.
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