quarta-feira, 1 de junho de 2011

TRÂNSFUGA

Alguém em quem encostar o rosto.
Carícias e beijos.
Quem não me fere a face
           apenas alisa meus cabelos.

Mesmo com as mãos paradas
move o corpo e desalinha a roupa.
A paixão derruba barreiras
e eterniza o gesto.

Banal o sentido: estivesse
                 a face tão perto.

Voracidade e vivacidade.
Último beijo ante a fuga:

             trânsfuga de poucos horários.

(Pedro Du Bois, DAS DISTÂNCIAS PERMANENTES, Edição do Autor)

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