Quebro a cabeça
sobre a conversa
e os olhos
postos lâminas
preconceituosas
de virtudes
e virtuosas palavras
que me quebram
a cabeça
o pensamento ouve símbolos
se transformar nos amigos
de tempos e idades
meras lembranças
de sonhos juvenis
e de lágrimas adultas
de anos passados
sobre a cabeça paira
a decepção e a moral
insurgente
emergente
arrogante
no voo da árvore
e do pássaro plantado
em terras espantalhas
quebra e a cabeça
em casamentos e separações
diversos e diferentes caminhos
bifurcados nos olhos
estéreis de ignorados amantes
sobre a noite recrio luzes
sobrecarregados dias apagados
em amores deslizantes
as mãos e os pés
que o corpo é lindo
na entrega consciente
o raio instantâneo
das músicas trazidas
por trilhas indizíveis
quebro a cabeça
no sofrimento
de chegar perto
e sufocar a bondade
tépida do beijo
inexequível o fato
esboroa em contragostos
e outros desgostos
iniciais em monogramas
escrevem nomes
para toda a vida
frutos amadurecem
no que são guardados
e vasos transbordam
seus pós
nos pensamentos a importância
transmudada em ofensas
de profusas perguntas
irrespondíveis
amados momentos
preocupados de carinhos
trazidos nos chamados
da noite induzida
em saudade
raios são passagens
elétricas do dedizer
e da desdita
areais
cavernovas passagens
de trens de ferro ultrapassados
em medidas
de pouca velocidade
com que o destino
aponta e arrasta
suas mortas asas
onde a firmeza
com que os santos
nos sobrevoam
em encantos?
sobre a cabeça
a hora perpendicular
em que sinos abominam
o silêncio desdobrado
e nos avisam do atraso
quebro a cabeça
e não me importam
consequências
imaginadas
em secas maneiras
de me dizer presente.
(Pedro Du Bois, POETA em OBRAS, Vl. V, Edição do Autor)
Anledningen
Há uma semana
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