sábado, 25 de junho de 2011

ARMAZÉM DAS PALAVRAS

Refaço o caminho tantas vezes
cada vez num novo trajeto
da mesma paisagem

repito o discurso tantas vezes
cada vez outro tom de voz
repete o tema de forma diversa

rejeito a tradição dos povos
em cada recusa acrescento
nova versão aos fatos

não repito a história
a altero aos poucos
para que seja diferente
na nova repetição

recalco o sentimento do início
escondo sob o manto espesso
                                e escuro
recalques espremidos em fendas
que não me trazem paz
enquanto não afloram

as vezes
sou o herói na história
          em outras
          assassino em série.

(Pedro Du Bois, ARMAZÉM DAS PALAVRAS, Edição do Autor)

Um comentário:

  1. Estimado Pedro: Bellísimo poema, como será el poeta que repite la historia como el asesino en serie. Me ha encantado.
    Un abrazo fraterno.

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