quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CONFUSÕES

...
sobe ao pódio e avista
na platéia o passado
indissolúvel em águas
ultrapassadas na imersão
com que suas lembranças
ressurgem altaneiras
e os anos passados
são alvos dos ataques

esquece as aventuras
contadas em rápidas palavras
de oferecimentos e descobrimentos

o futuro se apresenta
inócuo em luzes descoloridas
e frias de invernos
alcançados antes do tempo
preferido aos esquecimentos

no que se repetem as estações
se tornam pinturas enquadradas
em molduras onde cupins se alojam
e trabalham suas alimentações

autofágicas rememorações
consomem capítulos
alcançados em propagandas
e conversas olvidadas
ao público não cativo
dos facilitadores

aventura o restante em única ficha
e recolhe no tablado o nada
consta em seu favor
aos pares aos ímpares
insucessos sucedidos
em mal agradecido
aceno de quem sai

a solidão opaca
em sua mala resta a roupa
usada em situações
análogas de descrença
e vulnerabilidade

o final é o gesto parado
onde o braço levanta a mão
e o ônibus passa lotado.

(Pedro Du Bois, POETA em OBRAS, Vol. I, Edição do Autor, fragmento)

6 comentários:

  1. Que final, hein? A Poesia é um dizer que ao cantar transforma.

    Um abraço amigo.

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  2. Olá Pedro, como vai você? Perdemos-nos no tempo muitas vezes golpeados por fortes ventos, mas, nada como a doce brisa que ao longe leva a poesia. Chegou até a mim, enfim, de novo, e eu vim seguindo a essência do que é sublime como esse seu escrito, por exemplo, que muito adorei ler. Beijinhos meus poeta! Se desejar apareça para um cafezinho lá no meu cantinho...

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  3. Carmen, os finais nos levam a novos finais que nunca finalizam. Por isso, poesia. Gratíssimo pelo retorno. Abraços, Pedro.

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  4. Oi, Marta, bom reencontrá-la. Grato pelo retorno. Abraços, Pedro.

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  5. oie Pedro , Bom Dia e um sabado iluminado, peguei um dos seus poemas e fiz uam imagem espero q goste , beijos
    http://i833.photobucket.com/albums/zz260/schafferivana/Animation1pedroduboi.gif

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  6. Como não gostar, Ivana? Excelente. Abraços, Pedro.

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