segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ECOS

A voz recorda as horas
em que, pequeno,
tinha certeza de que o amor,
como nos filmes,
permanecia em beijos.

Abraçar a heroína,
geralmente loira,
esguia em seios fartos,
alimentou a minha adolescência.

O Cine Teatro Pampa,
em sessões vespertinas,
fez nossa alegria
com filmes europeus.

Duvido que o comendador,
proprietário do cinema,
tenha assistido qualquer
daqueles filmes.

Infelizmente, o cinema
foi transformado em estacionamento.
E o comendador morreu.

(Pedro Du Bois, REENCAMINHADO)

3 comentários:

  1. as recordaçoes que ficam e que fez o autor elaborar um poema simples e bonito.

    um abraço

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  2. Grato, Piedade, pela sua visita. Volte sempre.
    Abraços, Pedro.

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  3. Restaram ecos... e poesia!

    Um abraço,
    Doce de Lira

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