Arthur Moreira Lima
Theatro Santa Roza
Bairro do Varadouro
João Pessoa, Paraíba
Primeiro semestre de 1996
(ou teria sido em 1995?)
Pede desculpas, dedilha a teclas.
Mais da metade não respondem
ao seu toque. Ocas. Sem som.
Não havia como tocar naquela noite.
Promete voltar em setembro: desconfiança.
Risos irônicos.
No palco, em substituição,
Canhoto da Paraíba e seu violão.
Quem nunca ouviu Canhoto
morrerá sem entender ser a música
dulcíssimo céu e suas divindades.
Síntese e virtuose do som cadenciado
encadeado como feitiço feito.
Em setembro, lembrando Canhoto,
Arthur retorna: piano afinado.
Outro canhoto ou destro, tanto faz.
A noite faz-se música em nós.
(Pedro Du Bois, OS SENTIDOS SIGNIFICANTES, Ed. do Autor)
Anledningen
Há uma semana
Belíssimo, PEDRO!
ResponderExcluirOs canhotos não tem nada adaptados para eles. No entanto quando se fala em música, são quase sempre os melhores.
Beijos, poeta!
Mirze
Cara Mirze, Canhoto da Paraíba foi um fenômeno musical. Desde sempre pobre, quando criança, teve que dividir um único violão com todos os seus irmãos. Era o único canhoto. Como não podia mexer nas cordas, aprendeu a tocar com o violão invertido, com as mãos trocadas. Portanto, um mestre inigualável. Grato pelo seu retorno. Abraços, Pedro.
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