...
3
Diversificado, elevo paredes e cubro
a terra alicerçada em concretos atos.
O prédio simboliza a conquista do espaço
onde se materializam horas de regresso.
A prisão é o elemento apaziguador
da obra inconclusa: concluo a seriedade
da matéria não aproveitada. Entre janelas
sustento a nudez da espera.
4
Semibreve colcheia
entre pautas desafia
espaços em branco
(remeto o som ao intermediário
instante em que se criam
mitos
e se desnudam
histórias)
o som recorrente
das estátuas.
5
Pode ser a pedra
a tela
a madeira trabalhada
no dever do ofício.
O canto ressoa notas
elastecidas. O pássaro
alcançado
pela pedra
sobre a grama.
O animal selvagem decorre
horas em terras desiguais.
6
Sinto a hora em indistintas
cores e decomponho a paisagem
em cálculos: a operação
completada em números.
Inúmeros pares transitam
ímpares lugares.
O relevo do trabalho concede
atos de bondade no estupor
do corpo diante da cena
em desarmada
hora.
...
(Pedro Du Bois, A OBRA NUA, 1º Ato, fragmento)
Anledningen
Há uma semana
Pedro!
ResponderExcluirEssa "Obra Nua", está em sintonia com o universo.
Inspira-me uma sinfonia que poderá ser acabada ou não. Melhor, não, para que essa beleza de poema seja eterno.
Um forte abraço!
Mirze
Abraço, Mirz, e mais uma vez, agradeço pelo retorno. Pedro.
ResponderExcluirCom saudades de te ler, em visita ao teu espaço, encontro a tua reconhecida qualidade.
ResponderExcluir"Semibreve colcheia
entre pautas desafia
espaços em branco
(remeto o som ao intermediário
instante em que se criam
mitos
e se desnudam
histórias)
o som recorrente
das estátuas."
Dizem que o silêncio fala quando tudo já foi dito.
Abraço
Caro Felipe, grato pelo retorno. Abraços, Pedro.
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