terça-feira, 26 de junho de 2012

JOÃO BEZ BATTI

Obtém na pedra
a coloração inercial
do universo

(maneiras diversas
 dos olhares: sangue
 não coagulado da donzela
 oferecida ao sacrifício
 de estar viva: indomada)

raspa a entranha e a delimita
no estrito dever de ser pedra

apedreja a mão que a escala
em réguas: libertam o veio
indelével dos amanhãs

as cores se fazem apresentáveis aos olhos
menores dos interlocutores: palavras
soam porosas em elogios - o bastante.

(Pedro Du Bois, A LEVEZA DO TRAÇO, Edição do Autor)

2 comentários:

  1. [o ritmo,

    a soprada brisa da palavra,
    o ritmo emanado da pedra viva.]

    um imenso abraço,

    Leonardo B.

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  2. Grato, Leonardo, pela sua (re)leitura. Abraços, Pedro.

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