segunda-feira, 15 de novembro de 2010

NOITES DE VERÃO

Deito, apago a luz, reviro-me na cama.
Ligo a televisão, espero que algo aconteça.
Busco auxílio na imaginação, suspendo os pensamentos.

Levanto, busco um copo d'água, refresco-me.
Vou à varanda, olho as nuvens em passagem.
Volto para a cama. Recomeço.

Paisagens encantadas,
corpos de mulheres,
sorrisos escancarados,
barulhos no jardim.

Não era isso que eu pretendia
quando cheguei. Pensava
dormir. Adianta pensar?

Recolho-mo, insone, rompo
a madrugada. Bogart e Ingrid
repetem interpretações,
o chefe de polícia, olha.

No amanhecer, adormeço.
Pesadelos, enfim.

(Pedro Du Bois, AS PESSOAS NOMINADAS, Ed. do Autor)

11 comentários:

  1. Vi como uma cena mágica de filme. Belo.

    Abraços ternos.

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  2. É, às vezes essas escaramuças com os sonhos nos confundem, onde está a realidade, onde está a ficção.

    Um beijo.

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  3. Caro André: O trabalho, não como criação, mas como repetição, insere-se entre os limites que, por sua vez, comportam os exageros de que temos notícia: esse o erro a nos inundar em medos. Ou a não nos permitir dormir. E sonhar. Abraços.

    Cara Carmen,transitamos horas paradas enquanto insones: repetimo-nos em necessidade. Abraços.

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  4. Conheço bem esse estado de coisas, Pedro.
    Ótimo, seu poema.
    Abraço.

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  5. Belo texto .
    Amei.Sei como são estes dias,tensos :S

    Visita?

    RIMAS DO PRETO

    Abraço e boa semana

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  6. Ihiii.... poeta Pedro, faço coro com a Dade. Nem sempre, mas acontece.Tenho "ainôsni" (ler de trás pra frente). Mas se lesse seu poema antes de dormir, certamente, dormiria como um anjo. :)Lindo!

    Um abração

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  7. Estimado Pedro: Bellísimo poema, sencillamente onírico, sencillamente perfecto.
    Saludos!!!!

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  8. Caros Cristian e Lau, só quem tem insônia sabe do que falamos, não? Grato pelas leituras e retornos. Abraços, Pedro.

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  9. Olá, Pedro!

    Vim conhecer o teu blogue nesta madrugada insone, e me deparo com um poema falando deste mesmo tema, rsrsrs

    Vou tentar voltar para a cama e sonhar...

    Gostei muito do poema!

    Um abração,

    neli

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  10. Grato, Neli, pela sua companhia. Abraços, Pedro.

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  11. Bravíssimo, Pedro!

    Uma cena que se repete em todos, inúmeras vezes.
    Quase uma cena de filme!

    Magia pura!

    Beijos, poeta!

    Mirze

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