quinta-feira, 16 de setembro de 2010

CAMINHO

Tenho o caminho e a companhia
a hora e o tempo
mas não estou pronto ao desfecho:
na dúvida persistente
no canto assombrado do pássaro
e na sorte anunciada em sina.

Contraceno minha morte:
pouco sei sobre o futuro
assalto ao coração em pulos:
o corpo teso nada espera dos fatos.

Invado o trajeto.
Desloco o corpo em arroubos:
roubo o beijo da mulher
mais próxima.

(Pedro Du Bois, O ESPAÇO DESOCUPADO)

8 comentários:

  1. Que belo poema, ladrão de beijos é um grande caminho.


    Abraços, Carmen.

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  2. Grato, Carmen, pelo carinho da sua leitura. Abraços, Pedro.

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  3. Belíssimo trajeto, poeta Pedro. Romântico...

    Um grande abraço

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  4. Grato, Lau. Por vezes o romântico se sobressai, mesmo que num beijo roubado. Abraços, Pedro.

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  5. Pedro!

    Ter o caminho e a companhia, e não saber como será o desfecho, é como sentir-se só ou desprotegido.

    O beijo ou abraço, remediarão!

    Abraços, poeta!

    Mirze

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  6. Um abraço, Mirze. Valeu a sua leitura. Pedro.

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  7. Eternizar o momento. Transformá-lo em um espelho que se projetará milhares de vezes, sem passado, sem futuro. Realizá-lo através de um beijo roubado. Um projeto sensível, uma visão esplendorosa, de inata sabedoria.
    Abraços.

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  8. Caro Djabal, é sempre bom ter a sua visão sobre os textos. Abraços, Pedro.

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