terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

ESCONDER

do guardião escondo os olhos,
espio, sei da voracidade

(como lobo estiro o corpo e ataco)

sou carniça estéril
no revigoramento dos contatos,
sou escrita permanente
das estátuas,
sou destemor inábil
dos acordes,
sou auditório mudo
ante a mágoa

olhos nos olhos distraio o instante
e no ataque recebo o golpe
onde me dobro na subserviência
estúpida dos que sabem.

(Pedro Du Bois, A CASA DAS GAIOLAS)

2 comentários:

  1. Que perigo, Poeta!!!
    Mais uma linda obra, sem dúvida.
    Um grande abraço

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  2. Lobo sombrio dentro de nós.

    Abraço amigo.

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