Sou hóspede da inutilidade: perco
a paciência em obviedades,
concentrado em responder aos anseios
interiores; rasgar paredes com palavras
alarmadas em milagres, refazer
a noite divulgada ao acaso: junto
o teor do expediente e o declino
em versos; o inverso da jornada
esquece a escala crescente
das necessidades:
hospedo a maldade
há tempos ultrapassada.
Sobram cicatrizes em calosidades:
esquecer ainda é o maior mistério.
(Pedro Du Bois, QUINTA POÉTICA, Casa das Rosas, 26.11.09)
Anledningen
Há uma semana
Bom te ler!!!!!!Parabéns.
ResponderExcluirSeus versos são sempre bem vindos e hospedados pelo coração.
ResponderExcluirUm abraço e ótimo fim de semana!
Quis muito ir nessa “Quinta poética”, mas não foi possível...
ResponderExcluirVejo que perdi boas coisas, rs...
Abço.
Oi, Pedro. Seu poema Classificar me pegou pelo pescoço hoje. Era exatamente o que eu queria dizer. Ele tá lá pentrália.
ResponderExcluirMuitíssimo obrigado. Estou comovido. Vc é brilhante!!!!
Abs do Lúcio Jr.
Somos hospedes de nossa vida...
ResponderExcluir"Rasgar paredes com palavras
ResponderExcluiralarmadas em milagres".
Frase fantástica! Tantas vezes pensamos que nossas simples palavras podem ter este dom: de transpor muros, de derreter gelos, de fazer milagres... E quantas vezes não é verdade?
Grande abraço
Esquecer [por vezes] seria benção... a impaciência com obviedades é marca de quem quer perder seu tempo sozinho, mas se ira se outrem o queira fazer [com o tempo nosso]... belíssimo texto... algo sinestésico e quase táctil...
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