segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

NÍVEL

Planeja
o retângulo incontido em ângulos
inconclusos, sonha
e se arrepende
ao pensar a longitude
do esforço, recolhe
do compasso o espaço
entre as pontas
e se diz liberto
em paredes exteriores.

Conforma o desenho
na relação iniciada no olhar
pesaroso do cansaço: ângulo
convertido ao canto interior
do ocaso.

(Pedro Du Bois, A CONFIGURAÇÃO DO ACASO, X)

3 comentários:

  1. Grande poeta Pedro. Poesia trigonometrica. Só uma mente privilegiada como a sua pode parir um poema tão belo e disciplinado. Abraços.

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  2. espetacular de sempre, poeta. morellet aplaude! um abrax!

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  3. Excelente, Pedro. Os esquadros, réguas e compassos devem estar lisonjeados por serem protagonistas neste seu trigonométrico poema. Parabéns! Sandro Pinto.

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