quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

BREVES GESTOS

Rejeitando os mitos perdemos as referências
das figuras que fizeram a alegria dos poetas.
Gregas, romanas, eslavas.

Os ícones são outros, concretos.
As dúvidas são outras, financeiras e editoriais.
A cultura pontual privilegia ascos
escritos em forma de auxílio intelectual.

Na ponta do lápis, na tela do computador,
a multiplicação infantil de duendes e gnomos
forjados em sessões de marqueting e publicidade.

Crianças perdidas em parafernálias eletrônicas;
jovens em caminhos tortuosos de pseudas ciências;
adultos sabedores do que estão vendendo;
velhos sabendo que não há salvação.

(Pedro Du Bois, BREVES GESTOS)

7 comentários:

  1. Pedro, este belo poema dramático, triste e um tanto cético é um fragmento do mundo cibernético em que vivemos. É a queixa do poeta desconcertado com valores que se perderam.
    ..."velhos sabendo que não há salvação". No fim, que restará? Um beijo fraterno, Alice

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  2. Poeta e contista Pedro Du Bois
    Tudo bem?
    É muito difícil aceitar palavras usadas no dia a dia, o mundo tão informatizado e frio em que vivemos e coordenar com as poesias que vêm do coração. Há salvação, ela está nas palavras que traduzem sentimentos e nos lembram que existe acima de tudo o amor. A salvação está na inspiração do poeta.
    Um abraço e tudo de bom!

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  3. Meu professor um abraço estou de volta com muitas histórias de pescador mas com pouco peixe. É o mundo mudou e dizer que sou do tempo da galena.

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  4. É Poeta!

    Necessitamos urgente um retorno aos mitos, que bom Poema.

    Um abraço carinhoso,

    Carmen Silvia Presotto

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  5. meus heróis
    morreram de overdose
    meus melhores amigos
    hj, estão nos livros...
    real.
    pulsante.
    verdadeiro.
    lindo teu poema!
    abraço,

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  6. Realmente... as coisas têm mudado, mas bom saber que ainda temos poetas conscientes da real essência. Edmond.

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  7. Caro Pedro fiz uma digressão pelo o blog que vc dirige e encontrei muitas esmeraldas e muito ouro polído.Vc é um poeta em corpo inteiro,verbo candente e preciso,resumo da ópera: um fasicador de luas e luares. Um abraço,companheiro.

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