quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O COLETOR DE RUÍNAS

24

Ávido se aproxima
clama pela água.
O deserto responde
em miragens

- o delírio delimita
a paisagem em verdes
cânticos desproporcionais
ao ato: a sede
consome
o corpo

aproximações desencantam
as imagens: a sede prevalece
na razão
inequívoca
da morte
aproximada.

(Pedro Du Bois, O COLETOR DE RUÍNAS)

2 comentários:

  1. Caro Pedro belíssimo poema.Gosto do estilo de sua escritura poetica ela nos revela um poeta comedido sem exageros na composição de imagens.Mensagens claras sem o hermetismo tão inibidor da leitura de poesia. Dizem que poesia não vende livros. Vende sim. Só não vende quando não se entende a mensagem do poeta. Um abraço grande e sua presença no Acroatico só o engrandece.

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  2. Uma verdade que parece esta bem próxima. Um abraço mestre bom final de semana.

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