sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

ADERALDOS

digo ver
aderaldo cego
como lembra
o que nunca viu
mas sabe das cores
nuances e detalhes
da visão perdida
aderaldo cego
no que digo ver
o pássaro sobre a árvore
enluvada mão sobre o ombro
o rosto da mulher contra o vidro
aderaldo cego
cantor da saudade e da terra
no que não viu nem lembra
e sabe o matiz e mete o nariz
cheiros da terra trazem a paisagem
fechada no escuro do que não vê
aderaldo cego
que me vê no que digo
e sabe da minha face.

(Pedro Du Bois, (A)MOSTRA)

5 comentários:

  1. Caro professor Pedro grato pela visita um feliz 2010.
    Mas trabalhei no Shoping Moinhos das 16:00 até 22 hs. Um arduo mas gratificante trabalho pelas crianças. Esse ano passarei masi vezes aqui para continuar meus estudos um abraço.

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  2. Olá Pedro,

    Bom poema... gostei bastante de o ler!

    Como é verdade, "os cheiros da terra trazem a paisagem". Recordamos cheiros e visualizamos logo de seguida as suas paisagens...

    Lindo

    Abraço

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  3. Olá,
    em essência não precisamos dos olhos para ver...
    Bom e significativo poema; induz à reflexão.
    Abraço, Guacira

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  4. Cada um vê o que quer; outros o que podem;e há ainda os que "não querem" ver. E eu vejo a Lua, mesmo ela não estando no céu.[rs]
    Muito lindo, poeta Pedro.

    Um beijo

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  5. Caro Poeta...

    fenomenal é o teu poema...

    Um Abraço...

    (levita-yerudiktus)

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