sexta-feira, 27 de março de 2015

LER

que mais
         (além de ler)
         posso fazer
         nestes dias de inúteis notícias
         de grades
                     e portas trancadas
                     onde pessoas
                     imobilizadas esperam
o passar das datas
na esperança de enriquecerem
no soar das trombetas populares?

eco-invadido (dis)penso o futuro
                                e me remeto
ao tempo imprevidente
onde canções não contam músicas
e letras trôpegas represam
acordes inconclusos

     rasgo paredes no ocaso
     fechado ao porvir melindroso dos iconoclastas
     distribuídos em tribos entre deuses acostumados
     aos pedidos e aos receberes de tão pouco
     na leitura obtusa escondida em alforjes

viajo minha vida desinteressada
de progressos menores
                   e do chegar ao final
                   das obras (in)satisfeitas.

(Pedro Du Bois, inédito)

3 comentários:

  1. Boa noite,
    Lindo poema, estilo e classe.
    Acredite, tenho vindo aqui constantemente, tenho lido muito seus poemas, algo que não sei o que é me traz aqui, sinto sensações estranhas na minha mente (já viu sensações estranhas na mente?") algo do tipo "Deja vu", seria uma honra imensa para mim, se você fosse até o meu site e lesse "Admiração" e "Altar e sacrifício", são poemas muito importantes para mim, ficaria ainda mais agradecida se deixasse seus comentários.
    Um abraço.

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  2. Grato, Silviah pela companhia, aqui e no google+. Coloquei seu site entre os meus favoritos. Abraços. Pedro.

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