sexta-feira, 14 de novembro de 2014

LIVRE

Não os sentidos
nos meandros trilhados
em passos dispersos
sobre as pedras

sem rastros
não há a volta
disposta no ato
da caminhada

ir em frente é desígnio
de quem se aventura em sonhos
e destinos avançam cenas
onde trafegam impunes descontentes

ao contentamento advém
razões estanques sob tetos
em repetições de estilo

o estio prenuncia o tempo
da jornada em seca estrada
antes enlameada em suspiros
saudosos (doces) da mocidade

a juventude inquieta permanece
em lamentações: a maturidade
prende e liberta pela escolha
no antevisto horizonte diuturno
de perdidas intenções

o mundo se mostra na natureza
específica dos elementos

tormentos artificializam
afastamentos do caminho
inicial das passagens
no destroçar velas
em apagadas luzes
de perdição

o recôndito aventureiro
(ou) a gameleira entre o verde
do gramado e o concreto avança
águas em cais de não chegar
nas partidas rejeitadas

sobre a cabeça o chapéu
na proteção em glórias
ditas aos deuses no medo
retirado ao gesto
de proteção


o líquido seca o copo
no vapor retirado
em instantes
de espera

a luz acompanha
o reflexo no trêmulo
passo do começo

recupera a distância
e se abre livre
ao próximo porto.

(Pedro Du Bois, inédito)
                                

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