quarta-feira, 25 de junho de 2014

(A)GUARDAR

Não guarde dos sonhos
as revelações das profecias
não concretizadas

não guarde da insônia
a raiva pela tensão
no atraso da vírgula
ao regular as frases

não guarde papéis de balas
de miúdas letras saudosas
no amargo do retorno

não guarde o embalo do berço
na voz suave do acalanto
em gesto de autoridade

não guarde na memória
o sono inconcluso da infância
no acordar repleto de verdades

não (a)guarde o transcorrer
das horas na inexistência do tempo
em que você é quem passa.

(Pedro Du Bois, inédito)

2 comentários:

  1. Meu querido poeta, mexi na minha caixa de correio e encontreu uma surpresa sensacional. Obrigado de sempre. Obrigado, obrigado. Grande abraço.

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  2. A alegria é nossa, caro Andel, com a sua leitura. Abraços. Pedro.

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