segunda-feira, 23 de junho de 2014

RETORNOS

quando retornamos
            a vida suspende seus atos
            de recomeço: o avanço insignificante
            na necessidade do reencontro: sonho
            desfeito na primeira paragem: o desconforto
            da volta na idealização do passado
            em repetição indevida: o retrocesso
            na chegada: corpo desabado em lágrimas

quando retornamos
            temos consciência da volta: não lamentamos
            a determinação de alertadas figuras
            desde sempre: conhecemos nas nuvens
            a inconstância: o vento determina
            caminhos e desvios: alturas e cores:
                                           a sede da chegada

quando retornamos
            estamos cientes do pesadelo
            terminado ao abrirmos a porta
            e dizermos: chegamos.

(Pedro Du Bois, inédito)

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