sábado, 9 de fevereiro de 2013

PODER

Posso ser o símbolo aberto ao franco
favorito   Podem os tambores tocar
glórias em rufares   Podem  mas não puderam
do passado retirar o esforço concentrado
no todo destampado  Posso ser o uníssono
cantar das alegorias   Podem as algaravias
fazer sentido   Podem  mas não puderam
retirar do crital a luz não lapidada
   Posso ser o ouvido alerta ao grito
da sereia   Podem jogar as pétalas das rosas
sobre os caminhos   Podem  mas não puderam
exercitar no homem o soldado
                                no arbusto
a floresta desencantada   Posso
ser a espera douradoura entre sonhos
   Podem alinhavar o termo inexistente
   Podem  mas não puderam se livrar da raça
incomum dos cães desenvolvidos
                                   e no outono
retirar da árvore a folha dos estertores.

(Pedro Du Bois, inédito)
          

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