O menino oferece
sua face ao espelho:
a lâmina envidraçada
embaça
a visão do outro lado
arrepia o instante
usurpa o instante
conflita o tanto
a ser visto
o espelho rouba o encanto
ao menino: mostra a face
avessa ao mundo: aconselha
a antecipação do cansaço
a luz se apaga no espelho
e o menino zera a contagem:
ao espelho cabe azares
deduzidos na imagem
do menino.
(Pedro Du Bois, inédito)
Brutos Silêncios
Há 14 horas

Belo poema, como todos os outros!
ResponderExcluirGratíssimo, Lianeide, pela sua sempre leitura.
ResponderExcluirAbraços, Pedro.