segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

DISTÂNCIAS

...
história contada pela mãe antes e durante
o estado hipnótico antecedente ao sono
e cansaços aparentes ludibriam a criança

ilusória aparência sobreposta ao estado abstrato
dos acessórios dispostos em ângulos arredondados
de idênticas formas anteriores

(a serpente descreve o oposto
ao pensado e faz sua simulação
externa aos dispensados amantes)

a identificação do corpo amarrado
amordaçado e jogado fora: espécie
submetida ao erro das escolhas

instante em que a folha
virada no sopro e na não leitura
revela o rosto de quem compõe
o gesto no tédio da montanha
antes e após o gelo descer
sinuoso em trilha decomposta
...

(Pedro Du Bois, POETA em OBRAS, Vol. IV, fragmento, Edição do Autor)

2 comentários:

  1. Pedro!

    Essas distâncias são importantes durante a vida. Mas principalmente ao adormecer, a mente assimila ao seu modo o que ouve.

    Muito BOM!

    Beijos, poeta!

    Mirze

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  2. Grato, Mirze, pelo seu retorno. Os comentários alimentam o texto pelas diversas leituras. O que de mais saudável pode ter o poema. Abraços. Pedro.

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