Habito o extremo oposto ao gosto
reafirmo em palavras as sequências
retiro do verbo a ação: pacifico
os sentidos e ao mar lanço
resíduos materiais do sacrifício
sou novamente o dia
ensolarado e a praia
desertificada dos amores
barcos retornam de onde estou
vazio em peixes e tripulantes: habito
os fantasmas alimentados em águas
escorreitas em que mangues secam
seus crustáceos: nada faz o momento
no tormento de ser presente: o relógio
martela o fundo da existência
queria estar em outro lugar
mediano e em meridianos
encontrar os acertos
da viagem: paisagens
embaçam a vista.
(Pedro Du Bois, inédito)
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