Abro a porta: o tiro alcança o corpo
e a fuga se atém
ao gesto de desalento: você pergunta
o que faço. Escrevo: o vento
agita o papel em branco: abro
a porta e fito o desenlace: não sair
é o primeiro exemplo de coragem
: ir embora a covardia: largar o nada
pelas beiradas e o deixar em poucos
momentos: abro o instante e me instalo
atrás da porta aberta (ao poeta cabem
desvarios por onde transitam espaços)
procuro me defender da ofensa anterior
aceito o desafio e abro a porta
e o disparo me destaca.
(Pedro Du Bois, inédito)
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