sexta-feira, 25 de setembro de 2020

DEPOIS

 








Depois: irmanado em tanques

de tiros desajustados invado a obra

e retiro dos escombros o motivo

preso ao desafio de pazes descumpridas.

 

Declaro guerras aos insanos tímpanos

insistentes em músicas e letras no artifício

de transformar barro em coisa: coisificar

a pedra: estátuas acompanham a passagem

e me entregam com a falta de respeito: quieto

e saliente permito o passo da conquista.

 

 Depois: interrompo a luz e me desfaço na poeira.

 Exalo suspiros de vingança e ao perceber a falha

 pego no ar a fragrância daquele corpo de mulher.


(Pedro Du Bois, inédito)

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