Fragilizo a cerca e com
passos rápidos
encerro minha carreira:
o esconderijo guarda
o medo ressentido no vento
contra os vidros:
aguardo o tempo
anunciado e do escuro
saio assustado buscando
na distância a cerca
onde me instalo: o
vento geme a minha dor
desacostumada: o ar
gira o grito desumano
em que perco as
lembranças: fortifico
a cerca com incertezas:
escondo a lágrima
e com o rosto seco saio
ao relento:
ouço a voz do
irrealizável: abro
a cerca ao farpado
arame
e deposito a carne:
encerro a vista
em lamentos: a tormenta
se afasta.
(Pedro Du Bois, inédito)
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