A cidade quieta queda escuta ouve a inquietude
noite cega iluminada escura os pés batem
calçadas rasas raras pedras combatem a passagem
param esperam aguardam aceleram a paisagem
fechada enfumaçada enevoada irrisória vista
além aquém agora sempre perpendicular
ao mastro ao astro à estrela cadente quebra
o silêncio estático pastor da cor enegrecida
com que os espíritos almas calmas pessoas
revoam voam naufragam e suas virtudes
de olhos asas sorrisos e bençãos abertas
na chegada partida ida volta sumiço e as flores
descansam alcançam renovam os sentidos
sentimentos expostos e a noite quieta queda
o corpo o sopro o morno contato das mãos
sobre o espaldar a espada crava a vida morte
recanto do casto profeta esteta onírico canto
conto com que a cidade acorde desperte
repita o dia a noite a manhã a tarde é logo
o renascer das coisas objetos em si mesmos.
(Pedro Du Bois, inédito)
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