Se confundo as datas perdoem-me sou apenas o velho
que não era ontem nas lembranças exatas do começo
se misturo os fatos perdoem-me sou apenas o idoso
que até ontem distinguia as coisas e as datas
se esqueço os atos perdoem-me sou apenas o ido
que no dia de ontem tinha a imagem e a ilusão
se pareço inerte perdoem-me sou apenas estático
que antes de ontem tinha os sons e os movimentos
se aconteço em frios corpos perdoem-me o inverno
que no ontem da vida me fazia quente e cálido
se mereço o fim perdoem-me se me arrasto tanto
que o passado ainda ontem me oferecia o eterno.
(Pedro Du Bois, inédito)
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