Disfarço com palavras o que quero
de liberdade e atos de saudades
não me mostro por inteiro
que o grotesco no personagem
me inibe e recolhe em sentires
e na intenção de ser livre
sou desatencioso comigo e a luz
se derrama sobre o campo: não
estou presente e o verde me
cansa e destrói os sonhos
do poeta e o que possa
ele querer no instante
em que o pé pisa
e desfolha e nem olha
nem sente a fragilidade
que se despedaça e morre
ali ao querer ser a terra
seca no que se transforma
e aquele escreve o que
não conhece nem sabe
e nem sonhará uma noite
qualquer no olhar ao lado
a mulher adormecida
o disfarce petrifica a face
e sem ela desaparece: não
ressurge em primaveras
nem no frio invernal pois
é o libertado em si preso
em outro igual ao primeiro
que se estende e permanece.
(Pedro Du Bois, inédito)
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