Passado
ano
quando
nos encontramos
e dissemos
saber do futuro
ciganas
espertas
leram
nossa sorte e nos mantiveram
ansiosos
em traços manuais
a
descoberta de que o passado
presenteia
o futuro
em
anos ultrapassados
nos dissemos
cientes do futuro
quando
percebemos que iríamos nos separar:
encontros
cancelados em trabalhos
e
realizações: desencontros em sinais
trocados:
contar os dias
fazer
de conta que lembramos
em anos atrasados nos dissemos
futurísticos
seres dos amanheceres
estátuas
em sais: amargamos
sermos
nossos destinos
quando
da decisão inócua
imagens
retornam em sonhos
quando
não lembramos os sonhos
somos
vazios em indiferenças
anos
atravessam passados movediços
e nos
depositam na solidão da casa
vislumbramos
ser o futuro
gesto desmedido da saudade.
gesto desmedido da saudade.
(Pedro Du Bois, A NECESSÁRIA PARTIDA, volume I, edição do autor)
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