O corpo tosco, ideológico, cheira
à
bebida barata do bar da esquina,
o
olhar inerte sobre a toalha: a lembrança
é
mortalha do intelecto no caminho
percorrido ao alongar o físico;
o
contato contamina o destino
e nos ouvidos se rebelam sons inaudíveis;
repete
o gesto com que bebe o líquido
nas
vezes despretensiosas da saudade;
reafirma
ao homem da outra mesa a incerteza
do
sobreviver: ideológico, destila o humor
esbranquiçado
da verdade: o homem
ao
lado bebe ao santo de todos os sábados.
(Pedro Du Bois, RUDIMENTOS, I, edição do autor)
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