quinta-feira, 6 de março de 2014

LUZES

Avança o corpo no espaço
em casas indivisíveis

recebe os primeiros fótons
da energia em luzes

sabe do início o essencial
de que a história não é mera música
e letra de ópera ligeira

transforma a tragédia no riso
do insensível personagem
de poucas luzes

o cone reflui a imagem
na longa chegada

diferencia a luz
das luzes outroras
iluminadas da estrela
em suas mazelas

caminha o bastante
para o cansaço
perceber o corpo

resolve seus problemas
e dá as respostas na canção
correta aos ouvidos

seja a luz
permitida ao cego

nas letras entende a língua
com que falam as histórias

em permitido leito
renasce o sentido no instinto
com que a fera se humaniza

o fóton coroado na viagem
amplia sua base  no cone
cujo ápice mostra

o amor estratificado
em relações menores

a terra cerca a bruta pepita
que o mercúrio envelhece

a morte em luzes nessa hora
de perdidos pedidos de perdão

remanesce em obras
no tear desfeito pelo dedo
ferido na agulha

a linha força a vontade
no desfazer pontos de vaidade

espera as demais luzes
que precisam chegar.

(Pedro Du Bois, inédito)




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