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avisto a terra prometida e outro me antecede
tomando posse aos gritos de avante a diante
de mim passam lembranças de perdas anteriores
na minha fragilidade do todo conservado
em invólucros fechados ao desconhecimento
com que me avolumo e me atraio diariamente
o sorriso com que ela me entrelaça
o gosto
o tórrido desgosto com que me descarta
no primeiro beijo e nos demais extratos
a perfumar o percurso
não percorrido
retiro os barulhos com que me assusto em dias
anteriores ao ócio despersonificado
em gratidões
adquiridas
nos vãos entre as portas
e na luminosidade dos solários
o apagar das luzes
o fechar das janelas
sejam os ambientes permeáveis
aos sentidos acobertados em camas
desservidas de amplitude
e consequência
o restante da história não contada
a música se avoluma em meus ouvidos
surdos ao complexo desabitado
da balbúrdia
onde cego avisto o destino
das coisas mal acabadas
fornidas ao relento
das vitórias em frêmitos
e horrores lançados ao mar
da hipocrisia: árvores derrubadas
no sacrifício em memória das vitórias
conquistadas pelo homem
arremeto o corpo ao compadecimento
furto-me aos embalos do rejuvenescimento
coercitivo da poesia não alavancada na hora
em que ouço o chamado e me calo
que o canto dos pássaros e o grito
das crianças em brincadeiras
não me assustam
confirmo meu desconhecimento como álibi
dos constantes ataques e à mudança das cores
que o arco-íris se esfumaça no firmamento
esterilizado o corpo perde a condição primeva
de se antecipar ao que afinal lhe cabe em remorso
na imensidão em que se esquece do começo
e da geração inócua da energia
desperdiçada pelo caminho
relembro castelos: sonhos da intimidade
na infância
retirávamos o bastante para nos fazer
menores do que fomos e maiores do que vimos
a ser quando crescemos em tempos inofensivos
de estudos
trabalhos
e famílias
acolho críticas e a elas dedico versos
de carícias não submetidas ao crivo
do desatino na passagem do cortejo
e nas flores abissais do pensamento
em que despedidas se apresentam.
(Pedro Du Bois, POETA em OBRAS, Vol. II, fragmento, Edição do Autor)
Anledningen
Há uma semana
Olá amigo, este seu poema, que é uma crítica, uma contestação, é fantastico. Alguns momentos parei para pensar e prosseguir, porque me remetia constantemente no que eu tambem sinto.
ResponderExcluirBeijos
Incrível sua sensibilidade, Pedro!
ResponderExcluirLindo poema sobre o mundo atual. Externo e interno mundo nosso.
Beijos, poeta!
Mirze